Boa noite, hoje irei fazer uma reflexão pessoal sobre os refugiados.
Associando sempre o tema à psicologia e não especificando um determinado grupo
de refugiados em particular. Hoje em dia, ouvimos falar dos refugiados que vêm
do médio oriente, mas este texto pretende também abordar outros casos, como os
refugiados das duas grandes guerras mundiais e mesmo até os retornados
portugueses que foram expulsos das antigas colónias.
Refugiado é qualquer pessoa que em razão de fundados temores
de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a
determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de
origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao
mesmo, ou devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é
obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outros
países.
"refugiados do médio-oriente"
Um refugiado pode ser qualquer pessoa de qualquer estatuto
social.
Temos os exemplos de várias figuras públicas importantes que foram refugiados, dos quais destaco:
Temos os exemplos de várias figuras públicas importantes que foram refugiados, dos quais destaco:
Sigmund Freud - o
“pai da psicanálise”, com origens judaicas, precisou de abandonar a Áustria na
época do governo de Hitler. Foi tirada a sua nacionalidade, tornando-se uma
pessoa apátrida, e por isso foi com a sua família viver para Londres. Freud
perdeu quatro das suas cinco irmãs em campos de concentração
Albert Einstein – por
ser judeu, também foi perseguido pelo regime de Hitler e acusado de traição aos
alemães. Fugindo dos nazis, viveu na Bélgica, Grã-Bretanha e finalmente nos
Estados Unidos.
Aung San Suu Kyi – vencedora
do prémio Nobel da Paz em 1991, foi obrigada a exilar-se na Grã-Bretanha e nos
Estados Unidos por ser filha do general Aung San, deposto em uma das dezenas de
golpes militares em Mianmar. Só pode retornar ao seu país em 2010.
Dalai Lama - O
líder espiritual do Tibete tem vivido longe da sua terra natal desde 1959.
Dalai Lama teve de fugir do Tibete quando o exército chinês iniciou a sua
brutal revolta nacionalista e refugiou-se na cidade indiana Dharamsala. Aí tem
permanecido desde então e considera-la, agora, o seu lar.
"da esquerda para a direita: Freud , Einstein, Aung San S. K. e Dalai Lama"
O facto de perder a sua própria pátria é extremamente
angustiante. A sua cultura e os seus costumes ficam por conta de crises políticas
no país de origem. É uma condição que se caracteriza como uma experiência
altamente aflitiva não ter para onde ir, não saber ao certo o que vai
acontecer, não satisfazer as condições básicas de sobrevivência.
Para um adulto, que apresenta “estrutura psicológica
organizada e estruturada”, a guerra, a fragmentação abrupta dos laços
familiares e o desamparo são em si uma situação extremamente traumática, que
deixa marcas devastadoras. Em uma criança que está em processo de
desenvolvimento e estruturação afetivo-emocional e psíquica, isto é muito mais
grave.
As repercussões psicológicas oriundas da guerra e do
desamparo, são imensas, o potencial desenvolvimento de distúrbios
psicossomáticos e psiquiátricos como o stresse pós- traumático, a síndrome do pânico,
a depressão pós-traumática e distúrbios do sono, acompanhados de pesadelos
constantes. As crianças ainda não possuem capacidades e competências para
vivenciar um trauma, se configurando, portanto, em uma experiência altamente devastam-te.
Não poderia de deixar de mencionar o caso do “retornados”,
que foram cerca de 600 mil os portugueses que regressaram a Portugal, após a
revolução de 1974, na sequência do processo de descolonização. Ficaram
conhecidos como os retornados, mas muitos haviam nascido fora do país e não
tinham para onde "regressar". Enfrentaram sérias dificuldades após a
chegada, tendo dificuldade em encontrar trabalho, sujeitando-se também a diversos
tipos de discriminação. Grande parte dos retornados acabaram por perder todos
os bens que tinham nas colónias. Quase quatro décadas depois, muitas centenas
de milhares de portugueses continuam a carregar esse sentimento de amputação,
essa saída forçada de uma terra que consideravam sua. Por fim, aconselho a assistir á série
portuguesa da RTP1 “Depois do Adeus”, que na minha opinião, foi uma produção muito
bem conseguida, por conseguir retratar a época dos retornados.´
" chegada
a Lisboa dos retornados "
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