sexta-feira, 27 de maio de 2016

Futuro


Bom dia, hoje iremos associar a psicologia às nossas perspetivas futuras e aos nossos objetivos de vida.

Apesar do ser-humano viver num determinado espaço e tempo, este tem a capacidade de olhar para lá do que vivenciou e vivência. O “passado” é recorrentemente retratado por nós neste blog. Falamos das nossas experiências, situações e histórias mais marcantes que vivenciamos, para as ligarmos à psicologia.
No entanto este espaço retratará uma outra realidade: O “futuro”.
Aquilo que gostaríamos de ver no “amanhã”. As ambições, as resoluções, os sonhos pelos quais lutaríamos afincadamente no “presente”.


Como todos sabemos, a ambição são objetivos que nós traçamos, cujo alcance é um motivo de orgulho e de satisfação.
António Norton, psicólogo clínico, afirma que a “ambição é realmente tornar o nosso eu ideal, real. É sermos autênticos naquilo que acreditamos, amamos e respeitamos”.
Ele vai mais longe e interliga o conceito da ambição ao conceito de autenticidade. Existe um componente único nas nossas ambições, algo diferente, algo que determina a nossa essência e mística.

“Sermos ambiciosos é sermos exigentes com a nossa vida, muito exigentes mesmo e muito sérios, com os nossos sonhos.”
António Norton

O mesmo psicólogo vê o avanço da idade como um travão na nossa ambição e que aos poucos vamos perdendo aqueles sonhos, a capacidade de luta, a nossa vitalidade e acomodação é o principal destino de grande parte da nossa sociedade. Muitos procuram manter empregos, relações e rotinas que não os agradam, pelo simples facto de já terem perdido força para lutar pelos seus ideais.
No entanto, este vê a coragem e força interior como os principais dínamos da ambição e que apesar de ser raro, testemunha muitos casos adultos muito positivos, que não param de lutar, nem mostram indícios de parar.
Para manter a chama acesa e ser caso de sucesso, António Norton aconselha a olhar para “dentro”, perceber o que mexe connosco, estabelecer novos objetivos, partir para aventura, criar um sério compromisso interno e transformarmo-nos, assim, nos nossos melhores amigos.

“The way to success is to keep one’s courage and patience and to work on energetically.”
Van Gogh

Ivete Barbieri, no seu blog, estabelece que as ambições devem ir além da materialidade e ganhar um carater mais ético. Relembra também que é muito fácil sermos corrompidos pelo “material” e que perante uma nova oportunidade, geralmente, nos tornamos condescendentes e atiramos um punhado de valores que, supostamente, prezávamos para conseguirmos sair a ganhar monetariamente. Ela usa exemplos de pessoas financeiramente saudáveis que não são felizes e muitas vezes é precisamente essa abdicação de valores que as coloca numa posição mais infeliz.
A mesma autora chega mesmo a culpabilizar a educação a que as crianças são submetidas, quer no seio familiar, quer no seio escolar, dizendo que estes sistemas as educam a ser competitivas e a preocupar-se apenas nas vitórias aparentes, como uma boa nota por exemplo.

Já Marco António Garcia transporta este conceito para o lado mais cientifico, dizendo que a “ambição tem um forte componente genético”. Pessoas mais direcionadas para o futuro e com níveis de motivação elevados, tem maior ativação do sistema límbico do cérebro, o responsável pelas emoções.
Segundo o psicoterapeuta, a religião também pode ter uma forte influência no grau de ambição, já que algumas podem estimular e defender a necessidade de perseguir objetivos, ideais ou sonhos.

Apesar de se notar disparidades na abordagem da temática, todos eles consideram a ambição uma caraterística saudável, sempre tendo em atenção os nossos valores e a ética, mas seremos nós apologistas desta ideia de pensar? Quais são os nosso objetivos? Damos mais valor à ética ou à recompensa monetária?


João
Vivendo para aquilo que posso fazer e para os sonhos que pretendo concretizar, diria que sou uma pessoa que gosta de olhar para o “futuro”. O “presente” passou neste mesmo instante e ficou para a história, mas a presença do “amanhã” dá-nos esperança para decidirmos e moldarmos a nossa vida de forma positiva.
Com o conceito “amanhã”, vem junto a crença de que ele será melhor do que o dia anterior. Mesmo que não o seja, existe um pequeno espaço na nossa mente que acredita na hipótese desse correr bem melhor do que o anterior.
Costumo imaginar e idealizar o meu futuro. Penso muitas vezes num futuro produtivo, onde todo o meu esforço se converteria num grande legado. Legado esse que seria plantado de duas maneiras.
Primeiramente, procuraria deixá-lo no futebol. É o sonho de uma vida. Entrar neste mundo e ser bem-sucedido é aquilo que eu sonho desde pequeno. Não me preguntem porquê, mas existe algo no “desporto rei” que me afasta das preocupações mundanas, que me separa da realidade (um pouco como a música) e que talvez, com uma “pontinha” da sorte, seja o mundo onde irei trabalhar nos próximos anos.

Segundo e igualmente importante será a minha descendência, os meus filhos. Adoro crianças e dou por mim a pensar muitas vezes na minha pessoa enquanto pai e como irei adorar sê-lo. Adoro cuidar, proteger, ensinar e ver aquilo que criei, vir a dar frutos. São atributos que eu penso ter e, como tal, espero ser recompensado com filhos maravilhosos.
Também gostaria de me ver como um homem casado para uma “bela” mulher, com quem possa partilhar esta bela viagem que é a vida. De que me valeria ter experiências extraordinárias, se não pudesse partilha-las com uma parceira? Uma melhor amiga?
Anos depois, quando o meu cabelo estiver preponderantemente grisalho e já tiver ganho os meus “trocos”, gostaria de viajar, entrar mais em contacto com a vida na natureza e, quem sabe, instalar-me, até ao resto dos meus dias, num continente diferente, ou num local mais exótico, como a Austrália ou o Hawaii, por exemplo.
Viver numa região tão pacifica permitir-me-ia chegar a um acordo com a minha “paz interior”, surfar umas boas ondas e descansar da vida agitada a que hoje estamos sujeitos.
Resumindo e concluindo, quando olho para o futuro vejo apenas uma vida normal, com os seus bons momentos e as suas situações únicas, que culminam num retiro espiritual para contactar com a mãe de todos nós, a Terra. Irei conseguir fazer isto tudo? É uma incógnita. No entanto tenho a vontade, a disponibilidade mental para o fazer e “enquanto depender de mim, irá acontecer”!

Tiago
Apesar de ter algumas influências, acho que o meu futuro está destinado a fazer algo realmente diferente do que a área dos meus familiares. Ao contrário de todos os meus familiares, por incrível que pareça sou o primeiro a surgir com a veia do desporto. Desde pequeno soube mais ou menos o que queria ser. Todo o mundo do desporto fascinava-me e eu apenas queria fazer parte dele. Mas foi sem dúvida um caminho para perceber precisamente aquilo que queria ser.
Desde pequeno praticava muita atividade física e gostava de brincar a imitar vários jogadores de várias modalidades, desde corredores de atletismo, ciclistas, jogadores de futebol, basquetebol e ténis. Muito também por influência dos meus serões ao fim-de-semana à tarde onde eu via várias modalidades desportivas na televisão, na Eurosport.
Adora ver todo o tipo de provas, competições desportivas e todo espetáculo em volta do desporto. Para além disto, juntando o facto de ter jogado clube de futebol da minha terra, reuniram-se as condições para me inscrever no curso profissional de técnico de apoio à gestão desportiva. Para fazer este curso tive de fazer alguns sacrifícios, porque fui para uma nova escola que ficava longe da minha casa e por isso tive de fazer novos amigos e acordar às 6:30 da manhã para apanhar o autocarro.
Contudo, este curso foi bastante importante porque adquiri um conhecimento mais especializado para área que eu queria e permitiu-me abrir os olhos para realidade. Foi através deste cursos que conheci melhor o mundo do desporto, e percebi que pessoalmente não estava vocacionado para a parte prática da área, ou seja ser: treinador, professor de educação física ou personal trainer. Mas sim estava vocacionado para a parte teórica da gestão desportiva que era o que mais motiva-me.
Graças a esta experiência, como já tinha referido em textos anteriores consegui adaptar-me bem à universidade de desporto do Porto.
Contudo não posso fechar portas a outras oportunidades que possam surgir.
Os objetivos de vida que eu tracei para o meu futuro passam por trabalhar na área de que eu gosto e conhecer o mundo à medida que vou organizando eventos desportivos. Ambiciono também receber um ordenado que me dê uma média/alta estabilidade financeira e por fim gostaria de constituir família e de ser pai.


Pedro
Fácil seria dizer “A Deus pertence…”, mas se estou aqui é porque vou escrever algo com um pouco mais de conteúdo. Para começar, acho que em grande parte pertence a mim. Pertence ao que eu faço, o que deixei de fazer e o que farei no meu futuro. Agora, sendo sincero, ainda não tenho a mais pequena ideia do que irei fazer e questiono-me múltiplas vezes se sei o que realmente faço com a minha vida.
Não querendo parecer totalmente indeciso sobre o meu futuro, aqui vão algumas certezas: Primeiro, quero fazer uma licenciatura e uns mestrado. Nesta parte penso já ter dado alguns primeiros passos. Segundo, pretendo tirar uma carta de condução e também acho que para lá caminho. Terceiro, quero ter um gato. O porquê para estas três escolhas é fácil de explicar. Terei mais possibilidades de arranjar um emprego, tenho como ir para esse emprego e tenho companhia depois do emprego.
Eu gosto de pôr as coisas desta forma. Sendo eu uma pessoa assumidamente indecisa, tenho de tentar ser o mais pragmático possível e decidir fazer aquilo que realmente precisar. O trabalho de sonho com um ordenado fantástico, o casar com uma supermodelo e passear com ela na minha praia privativa, são tudo coisas que por mais perfeitas que possam parecer não quer dizer que estejam diretamente ligadas com a minha felicidade. Assim sendo, opto pelo mais básico e espero que o tempo me mostre aquilo que poderá tonar num homem realizado em todos os sentidos.


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