Bom dia, hoje iremos associar a psicologia às nossas perspetivas futuras e aos nossos objetivos de vida.
Apesar do ser-humano viver num determinado espaço e tempo, este tem a
capacidade de olhar para lá do que vivenciou e vivência. O “passado” é recorrentemente
retratado por nós neste blog. Falamos das nossas experiências, situações e
histórias mais marcantes que vivenciamos, para as ligarmos à psicologia.
No entanto este espaço retratará uma outra realidade: O “futuro”.
Aquilo que gostaríamos de ver no “amanhã”. As ambições, as resoluções,
os sonhos pelos quais lutaríamos afincadamente no “presente”.
Como todos sabemos, a ambição são objetivos que nós traçamos, cujo
alcance é um motivo de orgulho e de satisfação.
António Norton, psicólogo clínico, afirma que a “ambição é realmente
tornar o nosso eu ideal, real. É sermos autênticos naquilo que acreditamos,
amamos e respeitamos”.
Ele vai mais longe e interliga o conceito da ambição ao conceito de
autenticidade. Existe um componente único nas nossas ambições, algo diferente,
algo que determina a nossa essência e mística.
“Sermos ambiciosos é
sermos exigentes com a nossa vida, muito exigentes mesmo e muito sérios, com os
nossos sonhos.”
António Norton
O mesmo psicólogo vê o avanço da idade como um travão na nossa ambição
e que aos poucos vamos perdendo aqueles sonhos, a capacidade de luta, a nossa
vitalidade e acomodação é o principal destino de grande parte da nossa
sociedade. Muitos procuram manter empregos, relações e rotinas que não os
agradam, pelo simples facto de já terem perdido força para lutar pelos seus
ideais.
No entanto, este vê a coragem e força interior como os principais
dínamos da ambição e que apesar de ser raro, testemunha muitos casos adultos
muito positivos, que não param de lutar, nem mostram indícios de parar.
Para manter a chama acesa e ser caso de sucesso, António Norton
aconselha a olhar para “dentro”, perceber o que mexe connosco, estabelecer
novos objetivos, partir para aventura, criar um sério compromisso interno e
transformarmo-nos, assim, nos nossos melhores amigos.
“The way to success is to keep one’s courage
and patience and to work on energetically.”
Van Gogh
Ivete Barbieri, no seu blog, estabelece que as ambições devem ir além
da materialidade e ganhar um carater mais ético. Relembra também que é muito fácil
sermos corrompidos pelo “material” e que perante uma nova oportunidade,
geralmente, nos tornamos condescendentes e atiramos um punhado de valores que,
supostamente, prezávamos para conseguirmos sair a ganhar monetariamente. Ela
usa exemplos de pessoas financeiramente saudáveis que não são felizes e muitas
vezes é precisamente essa abdicação de valores que as coloca numa posição mais
infeliz.
A mesma autora chega mesmo a culpabilizar a educação a que as crianças
são submetidas, quer no seio familiar, quer no seio escolar, dizendo que estes
sistemas as educam a ser competitivas e a preocupar-se apenas nas vitórias
aparentes, como uma boa nota por exemplo.
Já Marco António Garcia transporta este conceito para o lado mais
cientifico, dizendo que a “ambição tem um forte componente genético”. Pessoas
mais direcionadas para o futuro e com níveis de motivação elevados, tem maior
ativação do sistema límbico do cérebro, o responsável pelas emoções.
Segundo o psicoterapeuta, a religião também pode ter uma forte influência
no grau de ambição, já que algumas podem estimular e defender a necessidade de
perseguir objetivos, ideais ou sonhos.
Apesar de se notar disparidades na abordagem da temática, todos eles
consideram a ambição uma caraterística saudável, sempre tendo em atenção os
nossos valores e a ética, mas seremos nós apologistas desta ideia de pensar?
Quais são os nosso objetivos? Damos mais valor à ética ou à recompensa
monetária?
João
Vivendo para aquilo que posso fazer e para os sonhos que pretendo
concretizar, diria que sou uma pessoa que gosta de olhar para o “futuro”. O “presente”
passou neste mesmo instante e ficou para a história, mas a presença do “amanhã”
dá-nos esperança para decidirmos e moldarmos a nossa vida de forma positiva.
Com o conceito “amanhã”, vem junto a crença de que ele será melhor do
que o dia anterior. Mesmo que não o seja, existe um pequeno espaço na nossa mente
que acredita na hipótese desse correr bem melhor do que o anterior.
Costumo imaginar e idealizar o meu futuro. Penso muitas vezes num
futuro produtivo, onde todo o meu esforço se converteria num grande legado. Legado
esse que seria plantado de duas maneiras.
Primeiramente, procuraria deixá-lo no futebol. É o sonho de uma vida.
Entrar neste mundo e ser bem-sucedido é aquilo que eu sonho desde pequeno. Não
me preguntem porquê, mas existe algo no “desporto rei” que me afasta das
preocupações mundanas, que me separa da realidade (um pouco como a música) e
que talvez, com uma “pontinha” da sorte, seja o mundo onde irei trabalhar nos
próximos anos.
Segundo e igualmente importante será a minha descendência, os meus
filhos. Adoro crianças e dou por mim a pensar muitas vezes na minha pessoa
enquanto pai e como irei adorar sê-lo. Adoro cuidar, proteger, ensinar e ver
aquilo que criei, vir a dar frutos. São atributos que eu penso ter e, como tal,
espero ser recompensado com filhos maravilhosos.
Também gostaria de me ver como um homem casado para uma “bela” mulher,
com quem possa partilhar esta bela viagem que é a vida. De que me valeria ter
experiências extraordinárias, se não pudesse partilha-las com uma parceira? Uma
melhor amiga?
Anos depois, quando o meu cabelo estiver preponderantemente grisalho e
já tiver ganho os meus “trocos”, gostaria de viajar, entrar mais em contacto
com a vida na natureza e, quem sabe, instalar-me, até ao resto dos meus dias,
num continente diferente, ou num local mais exótico, como a Austrália ou o
Hawaii, por exemplo.
Viver numa região tão pacifica permitir-me-ia chegar a um acordo com a
minha “paz interior”, surfar umas boas ondas e descansar da vida agitada a que
hoje estamos sujeitos.
Resumindo e concluindo, quando olho para o futuro vejo apenas uma vida
normal, com os seus bons momentos e as suas situações únicas, que culminam num
retiro espiritual para contactar com a mãe de todos nós, a Terra. Irei
conseguir fazer isto tudo? É uma incógnita. No entanto tenho a vontade, a disponibilidade
mental para o fazer e “enquanto depender de mim, irá acontecer”!
Tiago
Apesar de ter algumas influências, acho que o meu futuro está
destinado a fazer algo realmente diferente do que a área dos meus familiares.
Ao contrário de todos os meus familiares, por incrível que pareça sou o
primeiro a surgir com a veia do desporto. Desde pequeno soube mais ou menos o
que queria ser. Todo o mundo do desporto fascinava-me e eu apenas queria fazer
parte dele. Mas foi sem dúvida um caminho para perceber precisamente aquilo que
queria ser.
Desde pequeno praticava muita atividade física e gostava de brincar a
imitar vários jogadores de várias modalidades, desde corredores de atletismo,
ciclistas, jogadores de futebol, basquetebol e ténis. Muito também por
influência dos meus serões ao fim-de-semana à tarde onde eu via várias
modalidades desportivas na televisão, na Eurosport.
Adora ver todo o tipo de provas, competições desportivas e todo
espetáculo em volta do desporto. Para além disto, juntando o facto de ter
jogado clube de futebol da minha terra, reuniram-se as condições para me
inscrever no curso profissional de técnico de apoio à gestão desportiva. Para
fazer este curso tive de fazer alguns sacrifícios, porque fui para uma nova
escola que ficava longe da minha casa e por isso tive de fazer novos amigos e
acordar às 6:30 da manhã para apanhar o autocarro.
Contudo, este curso foi bastante importante porque adquiri um
conhecimento mais especializado para área que eu queria e permitiu-me abrir os
olhos para realidade. Foi através deste cursos que conheci melhor o mundo do
desporto, e percebi que pessoalmente não estava vocacionado para a parte
prática da área, ou seja ser: treinador, professor de educação física ou
personal trainer. Mas sim estava vocacionado para a parte teórica da gestão desportiva
que era o que mais motiva-me.
Graças a esta experiência, como já tinha referido em textos anteriores
consegui adaptar-me bem à universidade de desporto do Porto.
Contudo não posso fechar portas a outras oportunidades que possam
surgir.
Os objetivos de vida que eu tracei para o meu futuro passam por
trabalhar na área de que eu gosto e conhecer o mundo à medida que vou
organizando eventos desportivos. Ambiciono também receber um ordenado que me dê
uma média/alta estabilidade financeira e por fim gostaria de constituir família
e de ser pai.
Pedro
Fácil seria dizer “A Deus pertence…”, mas se estou aqui é porque vou
escrever algo com um pouco mais de conteúdo. Para começar, acho que em grande
parte pertence a mim. Pertence ao que eu faço, o que deixei de fazer e o que
farei no meu futuro. Agora, sendo sincero, ainda não tenho a mais pequena ideia
do que irei fazer e questiono-me múltiplas vezes se sei o que realmente faço
com a minha vida.
Não querendo parecer totalmente indeciso sobre o meu futuro, aqui vão
algumas certezas: Primeiro, quero fazer uma licenciatura e uns mestrado. Nesta
parte penso já ter dado alguns primeiros passos. Segundo, pretendo tirar uma
carta de condução e também acho que para lá caminho. Terceiro, quero ter um
gato. O porquê para estas três escolhas é fácil de explicar. Terei mais
possibilidades de arranjar um emprego, tenho como ir para esse emprego e tenho
companhia depois do emprego.
Eu gosto de pôr as coisas desta forma. Sendo eu uma pessoa
assumidamente indecisa, tenho de tentar ser o mais pragmático possível e
decidir fazer aquilo que realmente precisar. O trabalho de sonho com um
ordenado fantástico, o casar com uma supermodelo e passear com ela na minha
praia privativa, são tudo coisas que por mais perfeitas que possam parecer não
quer dizer que estejam diretamente ligadas com a minha felicidade. Assim sendo,
opto pelo mais básico e espero que o tempo me mostre aquilo que poderá tonar
num homem realizado em todos os sentidos.
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