A temática hoje abordada é o “Irmão”. O Irmão, lado a lado
com os pais, será um dos principais dinamos no nosso desenvolvimento enquanto
criatura sociais. Afinal eles nascem no nosso seio familiar, convivem connosco
quase dia-a-dia e como se não bastasse partilham da nossa genética. Pegando nos
exemplos comummente chamados de “famosos”, os irmãos podem ser influentes e ter
uma presença indispensável na nossa personalidade e consequentemente na nossa
vida.
“Ter um irmão é ter,
para sempre, uma infância lembrada com segurança num outro coração.”
Tati Bernardi
Este tema é
muito estudado na psicologia, graças à dinâmica que advém desta: os irmãos e as
naturais diferenças. Habitualmente estas diferenças e a maneira como estas são
geridas tem um forte impacto na personalidade adulta. Se esta for positiva a
personalidade em questão poderá sair a ganhar com um maior equilibrio e uma
aceitação maior das disparidades humanas, se assim não acontecer esta poderá
sofrer distúrbios e desenvolver-se mais negativamente.
Não é
surpresa nenhuma vermos irmãos a tentarem superar-se mutuamente e a
ressentir-se se não forem bem sucedidos. Habitualmente quem sofre mais neste
processo são os mais velhos, já que existe a natural tendência dos pais
defenderem o mais pequeno e colocarem mais pressão no mais “maduro”.
O ciúme é
uma carateristica natural num relacionamente entre irmãos, aliás é mais natural
a existência desta rivalidade do que uma relação amigável.
Inês Afonso
Marques, licenciada em Psicologia Clinica, alerta que apesar de ser natural
haver um clima de competitividade entre irmãos, este pode e deve ser amenizado
pelos pais através da:
·
Demonstração de apreço pelas qualidades únicas
que cada um possui;
·
Cedência de espaço e tempo para se expressarem
como quiserem;
·
Criação de um equilibrio de responsabilidades.
Nem o mais velho é mais sábio, nem tão pouco deve assumir responsabilidades que
não lhe pertecem;
·
Tolerância;
·
Imparcialidade. Numa situação de conflito,
procurar criar um distanciamento para entender as prespectivas diferentes;
·
Proibição da violência fisica;
·
Apreciação nos momentos positivos, como por
exemplo o trabalho de equipa;
Caso os pais
não procurem apreciar ambas as crianças, muitos problemas podem surgir.
As crianças
podem experienciar a hostilidade e ódio, como maneira de canalizar o ciúme,
levando a manifestações de conflito constante e intolerância á presença do
irmão.
Um dos
jovens poderá entrar numa fase regressiva, onde começa agir como uma criança,
ou então pode optar por opôr-se aos pais de maneira a que seja alvo de todas as
atenções.
Optar por um
irmão pode gerar um complexo de inferioridade no outro, aliás qualquer tipo de
comparação pode ter efeitos nefastos no ego dos dois.
Existem
casos, também, onde a figura paterna pode nem existir no seio familiar e um dos
irmãos (geralmente o mais velho e do sexo masculino) procura intrevir e
tornar-se um homem mais cedo do que aquilo que devia.
As
condicionantes são muitas e como podemos ver podem ter muita influência no
crescimento e desenvolvimento da pessoa, mas se procurarmos tirar proveito das
situações para equilibrar “os pratos da balança” de forma positiva, as crianças
podem crescer saudáveis e positivamente num ambiente de lealdade, integridade e
respeito.
João
Numa
perspetiva mais dogmática, a palavra “Irmão” é muito forte. Tendencialmente
chamo “Irmão” a amigos de longa data que conviveram comigo, cresceram ao meu
lado, viram o pior e o melhor de mim. Existe uma espécie de conceito inerente a
esta palavra que nos remete para um “companheirismo” tão forte que chamar
apenas companheiro ou amigo é limitador.Agora é tão recorrente sermos abordados por um desconhecido na rua com um irrelevante “mano”, que a palavra e o conceito em si perdeu esse fator especial. É com um bocado de custo que vejo essa palavra a ser usada em vão. Se bem me recordo, há quem use a palavra “mano” enquanto te aponta uma navalha, te pede os 10 euros que tens na carteira e ainda te rouba a sandes que tinhas guardado para o almoço. Isto não é um “Irmão”!
Um “Irmão” não te rouba trocos, paga-te um café. Um “Irmão” não te insulta por andares com calças rotas na rua, coze-te as calças. Um “Irmão” não te bate, ajuda-te a bater. Como disse, anteriormente, o conceito “Irmão” remete-nos para aquela amizade que nos moldou, que nos viu crescer, que defendemos com afinco porque acreditamos que aquela pessoa, aos nossos olhos, é a melhor do mundo.
“Um irmão pode não ser
um amigo, mas um amigo pode ser um irmão.”
Benjamin Franklin
Biologicamente
falando, o irmão nasce connosco mas não é realmente um “Irmão” até agir em
conformidade com aquilo que a palavra representa. Aliás é frequente ver irmãos
de sangue a agir com animosidade como piores inimigos fariam. É absurdo!
Agora não digo que o “Irmão” só diz e faz as coisas mais positivas do mundo, mas existe valores como lealdade e honestidade que acabam sempre por vir ao de cima.
Já lutei, discuti e critiquei os meus “Irmãos” e é completamente natural nos sentirmos irritados por estarmos diante de caraterísticas tão opostas às nossas, mas é esta disparidade de atributos que torna esta dinâmica de irmandade mais forte e nos completa como indivíduos.
Por fim devo
afirmar que a “irmandade” é um dos conceitos mais bonitos e dinâmicos que pode
existir. Baseando-me no meu testemunho, posso realçar a aprendizagem a que fui
e sou submetido dentro dessas relações, porque é graças a elas que posso
crescer dia-após-dia, não só como “Irmão” como humano.
Pedro
Diana, a deusa da lua e da caça segundo a mitologia romana,
por sinal é também o nome da minha rica irmã. Mas voltando à parte da caça. Em
animais não me acredito em tal coisa, porque para ela até as formigas são
sagradas. Em pessoas, ai eu sou a sua presa número um. Candeeiro da sala, da
cozinha, cano da água, quadro do cão, caçou-me a parti-los todos.
Ambos temos esta aptidão para partir coisas, por isso, encobrimo-nos um ao outro e a resposta dos dois é sempre a mesma. “Foi o cão, ou então foi o vento.” Ou um ou outro, nunca fomos nós. Fazemos uma bela equipa nestes casos.
Tal como todos os irmãos, nós também nos zangados, no nosso caso muito. A verdade é que há algo na nossa relação que faz com que as desculpas estejam automaticamente presentes no final de cada discussão. Não precisam de ser ditas, são uma a espécie de pacto entre irmãos, em que se eu já te desculpei estou desculpado na próxima.
Entre irmãos, grande parte das relações são baseados nesta ajuda mútua, juntamente com um perdoar obrigatório nas situações menos agradáveis. Ou seja, os irmãos estão cá para o bem como estão para o mal. Tanto nos caçam, como nos deixam viver livres na natureza.
Tiago
Penso que não
existam palavras que descrevam na verdade o que é um irmão. Sem dúvida que me
considero ser um sortudo por ter pelo menos um. Á quem se questione se seria
melhor ter um irmão mais velho, ou um mais novo. Eu cheguei à conclusão que não
à nada melhor que ser o mais novo. Como disse, tenho um irmão chamado “Damião”
e é mais velho do que eu 4 anos.
Muitos foram os momentos de inveja e raiva que eu tinha por ser inferior a ele, mais frágil e ele tinha prioridade em muita coisa por ser o mais velho. Mas seria bastante injusto não gostar do meu irmão por causa destas razões, ou achar-me um desfavorecido, pois afinal eu também beneficiava das atenções da família por ser o irmão mais novo. Mas eu, ao contrário do meu irmão, tenho uma sorte imensa por ele ter servido de meu espelho para o futuro. Eu gostava de ser como ele, seguir os passos dele, se eu via ele fazer alguma coisa de mal, eu tentava evitar isso. Se ele fizesse alguma coisa de bom eu tentava imitar. Conversávamos imenso, ele contava e partilhava as suas pequenas experiências de vida, e foi para mim mais fácil lidar com certas situações difíceis, porque para além do conhecimento das minhas experiências de vida também tinha as do meu irmão que me serviam de exemplo.
Outra vantagem, era o facto de graças a ele, eu ganhar uma veia competitiva em que eu queria o superar em tudo. Era nas notas da escola e no desporto. Eu com 7/8 anos a jogar futebol com o meu irmão de 11/12 não era brincadeira. As diferenças eram enormes e ele obrigava-me a ser melhor e a ser mais lutador. Acredito que sem ele, seria uma pessoa totalmente diferente no meu modo de estar da vida. Iria sem dúvida (bater mais vezes com a cabeça na parede) e não teria tanta vontade de superação.
Muitos foram os momentos de inveja e raiva que eu tinha por ser inferior a ele, mais frágil e ele tinha prioridade em muita coisa por ser o mais velho. Mas seria bastante injusto não gostar do meu irmão por causa destas razões, ou achar-me um desfavorecido, pois afinal eu também beneficiava das atenções da família por ser o irmão mais novo. Mas eu, ao contrário do meu irmão, tenho uma sorte imensa por ele ter servido de meu espelho para o futuro. Eu gostava de ser como ele, seguir os passos dele, se eu via ele fazer alguma coisa de mal, eu tentava evitar isso. Se ele fizesse alguma coisa de bom eu tentava imitar. Conversávamos imenso, ele contava e partilhava as suas pequenas experiências de vida, e foi para mim mais fácil lidar com certas situações difíceis, porque para além do conhecimento das minhas experiências de vida também tinha as do meu irmão que me serviam de exemplo.
Outra vantagem, era o facto de graças a ele, eu ganhar uma veia competitiva em que eu queria o superar em tudo. Era nas notas da escola e no desporto. Eu com 7/8 anos a jogar futebol com o meu irmão de 11/12 não era brincadeira. As diferenças eram enormes e ele obrigava-me a ser melhor e a ser mais lutador. Acredito que sem ele, seria uma pessoa totalmente diferente no meu modo de estar da vida. Iria sem dúvida (bater mais vezes com a cabeça na parede) e não teria tanta vontade de superação.
Fico bastante grato por ter um irmão, por ele ser mais velho, e por todos os bons momentos que passámos e que ainda iremos passar.
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