sexta-feira, 27 de maio de 2016

Férias

As férias são algo que o homem passa grande parte do seu tempo a pensar sobre elas, aquela possibilidade de ter um tempo para fazer o que bem desejar deixa qualquer um empolgado, imaginando as maravilhas que poderá fazer.
Em estudos realizados no Brasil apurou-se que 4 em cada 10 pessoas logo após o trabalho, manifestam tristeza, irritabilidade, cansaço e alterações no apetite e sono. Este comportamento é descrito pelos psicólogos como stress pós-férias. O nosso organismo abrandou durante as férias e corpo desenvolve um ritmo novo, mais descontraído, ao qual se habitua facilmente e depois torna-se muito difícil acelerar novamente para o ritmo do trabalho.
Esta liberdade em férias é algo que todos ansiamos, mas perante tantas oportunidades de alegria o que podemos nós aprender com as férias?

Pedro
O Verão era o de 2014, a expectativa era grande, a animação já começava na viagem. Estava escrito nas estrelas que iriam ser umas férias memoráveis. Antes de as explicar, devo começar por dizer que foram mesmo e não por aquilo que esperávamos, mas pela maneira como lidamos com as adversidades.
Os planos estavam feitos para toda a semana. Deitar tarde  e cedo erguer, o dormir ficava para a próxima semana. Iriamos ser produtivos naquilo que fazíamos os sete dias, não havia tempo para passar na cama. De manhã praia, tardes para visitas à cidade e explorar a natureza da zona. Íamos conhecer a história da região, íamos conhecer a população, íamos visitar igrejas e museus. Até os pássaros iriam saber da nossa presença em Esmoriz!
A primeiro dia foi ótimo, a noite do mesmo já deixou muito a desejar. Um foi mordido por um peixe aranha, outro cortou a mão toda, o resto dos cinco ficou a desejar nunca mais comer salsichas com cinco meses fora  do prazo. Os próximos cinco dias foram passados dentro de casa e por incrível que possa parecer nunca nos divertimos tanto.
O nosso estado de invalidez passou a ser motivo para piadas a cada minuto. Ficamos uns experts em cinema de terror coreano e apendemos a cozinhar verdadeiramente. O que se retira desta experiência é que devemos encarar o inesperado com o sorriso e perceber que não é preciso nada mais que sete amigos e uma casa para as coisas tornaram inesquecíveis.


João
A recorrente expressão “estou a precisar de férias” convive connosco quase que diariamente, como que se de um lembrete se tratasse, especialmente quando a pressão do trabalho nos vai tornando cada vez mais exaustos, seja a atividade predominantemente física ou não.
Assim, as Férias são sempre uma excelente forma de repousar e descansar, mas, acima de tudo, de virarmos o foco para outras vivências e experiências.
Quantos de nós não almejam por umas merecidas férias, depois de meses seguidos de trabalho e sujeitos a intensa pressão? Eu diria que todos nós!
Precisamos de olhar para a outra face do mundo, a mais relaxante, e neste caso, as férias são um bilhete para esse lado.
Para mim são sempre renovadoras, especialmente se elas se gozarem à beira mar.
Recordo-me de viagens que fiz à Tunísia e ao México, entre outros destinos, e como elas foram tão reconfortantes. Praia, areia, mar quente e uma nova cultura, como não poderia gostar?
A viagem à América Central, apesar de ainda criança, recordo-a com mais intensidade que outras. As cores daquela terra eram tão naturais e vibrantes, que o meu desejo era o de poder visitar mais lugares como aqueles.
Estava sempre um calor abrasador e uma humidade que causava dificuldades na respiração, mas nada que uma semana de adaptação não resolvesse.
O mar era extremamente salgado, mas compensava com um temperatura morna e uma transparência de tão evidente, que se conseguia ver a cor da areia que ele banhava.
Também tive a sorte de poder visitar e subir o templo Azteca de Chichén Itza, conhecer a cultura Itzáe e perceber como viviam estes grupos de nativos, agora extintos.


O jogo de bola Pitz, por exemplo, era um jogo que se praticava naquele complexo Azteca, sendo uma espécie de precedente do Raquetebol, com aros para encestar a bola. Este desporto tinha uma conotação muito espiritual e cultural. Muitas vezes este resolvia disputas entre povos, sem que se derramasse o sangue de pessoas inocentes. No entanto, o capitão da equipa perdedora era quase sempre sacrificado e decapitado, pelo simples facto de ter perdido a honra de perder.
O mais curioso é perceber que as dinâmicas entre aquela cultura pré-histórica e a atual cultura mexicana não são assim tão díspares e que, mesmo apesar de ter evoluído em termos tecnológicos (como todo o mundo teve direito), valores como paixão, criatividade e espiritualidade ainda estão muito presentes nos atuais nativos mexicanos. Wrestling, futebol e entretenimento são trademarks desta variante da cultura Latina e todos eles são vividos com a vivacidade caraterística deste povo.


Recorrentemente, acabam por acontecer certos episódios nas férias, para os quais nem sempre estamos preparados, uns que acabam por marcar positivamente, outros que não desejaríamos que fossem vivenciados, nomeadamente neste tipo de destinos, onde a “ostentação” convive paredes meias com a mendicidade, cidades sobrelotadas e subdesenvolvidas. É habitual vermos um hotel de 5 estrelas rodeado de favelas, com habitantes “esfomeados” por conseguir encontrar alguns daqueles “ricos” e brincar aos ladrões com eles.
Apesar de tudo, as minhas memórias do México são muito positivas e “tapam” claramente aquelas mais negras.
Se alguma vez optarem por uma viagem destas, aconselho a faze-la com companhia e a marcarem pontos de visita específicos. Vale a pena, e além disso, abre os nossos horizontes para outras vivências, que nos permitem estabelecer um termo comparativo entre a realidade que outros povos vivem e aquela que nós temos a “sorte” de dispor, porque na verdade são bem, bem diferentes.
Tiago
Está a chegar o mês de junho, e sem dúvida que o que eu mais desejo neste momento é entrar de férias. Sem dúvida a melhor altura do ano. Aquela em que nos limitamos a aproveitar realmente a vida da melhor forma.
Se perguntar na rua a qualquer pessoa, quais são o tipo de atividade que preferem fazer nas férias, é curioso como podemos obter variadas respostas.
E basta um pouco olhar parar as diversas férias que eu já tive e eu facilmente vejo essas diferenças.
As férias da minha infância foram passadas a fazer campismo, em que simplesmente nesta via opta-se por refugiar na natureza e adotar um estilo de vida mais calmo, sossegado e sereno.
Já outro tipo bem diferente, foi uma mega viagem em 2008 que eu fiz de duas semanas com o meu irmão, primo, avós e tios, onde andamos por Espanha, França e Alemanha de Autocaravana. Foi uma verdadeira aventura. Apesar dos primeiros e últimos dias ficarem marcados por viagens longas e cansativas de 8horas. Todos os dias visitávamos diversas vilas e cidades. Onde também visitamos diversos monumentos como castelos, igrejas, catedrais, etc. Também não poderia deixar de referir que visitarmos o Europa-Park, que é um parque famoso de diversões alemão. Durante a viagem criei diversas brincadeiras com o meu irmão e com o meu primo para arranjar distrações e entreter em tempos de lazer. Eu era bastante pequeno por isso não tinha grande motivação para escrever, mas felizmente o meu irmão como era mais velho escreveu um diário da viajem. É sempre bom nos dias de hoje pegar nesse diário, ler a grande aventura que nós passamos e áquilo que na nossa mentalidade era realmente importante.
Já mais recentemente fiz outra espécie de retiro do mundo. Apesar de não ser crente em deus, fiz o caminho de Santiago a partir de Ourense (Espanha). E era sem dúvida difícil não apaixonar-me por uma semana tão bem passada em que fizemos cerca de 100km a pé.
Ao contrário dos caminhos para Fátima, o caminho de Santigo não tem como objetivo fazer-se o mais rápido possível, ou cortar o caminho pela estrada para chegar em tempo record. Simplesmente caminhávamos a um ritmo calmo no meio da natureza. Onde à tarde chegávamos a um albergue de peregrinos, onde descansávamos e passávamos tranquilamente o dia a aproveitar o Sol e conhecíamos outras pessoas. Em uma semana aprendemos a dar valor à simplicidade da vida e ao tempo. Esquecendo totalmente os problemas do nosso quotidiano contemporâneo e as tecnologias.
Finalmente também recentemente passei pela experiência típica portuguesa, de passar as férias no algarve e sem dúvida que foi bastante agradável. Em cerca de duas semanas, aproveitei o melhor do calor, pratos regionais e da praia.



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