As férias são algo que o homem
passa grande parte do seu tempo a pensar sobre elas, aquela possibilidade de
ter um tempo para fazer o que bem desejar deixa qualquer um empolgado,
imaginando as maravilhas que poderá fazer.
Em estudos realizados no Brasil apurou-se
que 4 em cada 10 pessoas logo após o trabalho, manifestam tristeza,
irritabilidade, cansaço e alterações no apetite e sono. Este comportamento é
descrito pelos psicólogos como stress
pós-férias. O nosso organismo abrandou durante as férias e corpo desenvolve um
ritmo novo, mais descontraído, ao qual se habitua facilmente e depois torna-se
muito difícil acelerar novamente para o ritmo do trabalho.
Esta liberdade em férias é algo
que todos ansiamos, mas perante tantas oportunidades de alegria o que podemos
nós aprender com as férias?
Pedro
O Verão era o de 2014, a
expectativa era grande, a animação já começava na viagem. Estava escrito nas
estrelas que iriam ser umas férias memoráveis. Antes de as explicar, devo
começar por dizer que foram mesmo e não por aquilo que esperávamos, mas pela
maneira como lidamos com as adversidades.
Os planos estavam feitos para
toda a semana. Deitar tarde e cedo
erguer, o dormir ficava para a próxima semana. Iriamos ser produtivos naquilo
que fazíamos os sete dias, não havia tempo para passar na cama. De manhã praia,
tardes para visitas à cidade e explorar a natureza da zona. Íamos conhecer a
história da região, íamos conhecer a população, íamos visitar igrejas e museus.
Até os pássaros iriam saber da nossa presença em Esmoriz!
A primeiro dia foi ótimo, a noite
do mesmo já deixou muito a desejar. Um foi mordido por um peixe aranha, outro
cortou a mão toda, o resto dos cinco ficou a desejar nunca mais comer salsichas
com cinco meses fora do prazo. Os
próximos cinco dias foram passados dentro de casa e por incrível que possa
parecer nunca nos divertimos tanto.
O nosso estado de invalidez
passou a ser motivo para piadas a cada minuto. Ficamos uns experts em cinema de
terror coreano e apendemos a cozinhar verdadeiramente. O que se retira desta
experiência é que devemos encarar o inesperado com o sorriso e perceber que não
é preciso nada mais que sete amigos e uma casa para as coisas tornaram
inesquecíveis.
João
A recorrente expressão “estou a
precisar de férias” convive connosco quase que diariamente, como que se de um
lembrete se tratasse, especialmente quando a pressão do trabalho nos vai
tornando cada vez mais exaustos, seja a atividade predominantemente física ou
não.
Assim, as Férias são sempre uma
excelente forma de repousar e descansar, mas, acima de tudo, de virarmos o foco
para outras vivências e experiências.
Quantos de nós não almejam por
umas merecidas férias, depois de meses seguidos de trabalho e sujeitos a
intensa pressão? Eu diria que todos nós!
Precisamos de olhar para a outra
face do mundo, a mais relaxante, e neste caso, as férias são um bilhete para
esse lado.
Para mim são sempre renovadoras,
especialmente se elas se gozarem à beira mar.
Recordo-me de viagens que fiz à
Tunísia e ao México, entre outros destinos, e como elas foram tão
reconfortantes. Praia, areia, mar quente e uma nova cultura, como não poderia
gostar?
A viagem à América Central,
apesar de ainda criança, recordo-a com mais intensidade que outras. As cores
daquela terra eram tão naturais e vibrantes, que o meu desejo era o de poder
visitar mais lugares como aqueles.
Estava sempre um calor abrasador
e uma humidade que causava dificuldades na respiração, mas nada que uma semana
de adaptação não resolvesse.
O mar era extremamente salgado,
mas compensava com um temperatura morna e uma transparência de tão evidente,
que se conseguia ver a cor da areia que ele banhava.
Também tive a sorte de poder
visitar e subir o templo Azteca de Chichén Itza, conhecer a cultura Itzáe e
perceber como viviam estes grupos de nativos, agora extintos.
O jogo de bola Pitz, por exemplo,
era um jogo que se praticava naquele complexo Azteca, sendo uma espécie de
precedente do Raquetebol, com aros para encestar a bola. Este desporto tinha
uma conotação muito espiritual e cultural. Muitas vezes este resolvia disputas
entre povos, sem que se derramasse o sangue de pessoas inocentes. No entanto, o
capitão da equipa perdedora era quase sempre sacrificado e decapitado, pelo
simples facto de ter perdido a honra de perder.
O mais curioso é perceber que as
dinâmicas entre aquela cultura pré-histórica e a atual cultura mexicana não são
assim tão díspares e que, mesmo apesar de ter evoluído em termos tecnológicos
(como todo o mundo teve direito), valores como paixão, criatividade e
espiritualidade ainda estão muito presentes nos atuais nativos mexicanos.
Wrestling, futebol e entretenimento são trademarks desta variante da cultura
Latina e todos eles são vividos com a vivacidade caraterística deste povo.
Recorrentemente, acabam por
acontecer certos episódios nas férias, para os quais nem sempre estamos
preparados, uns que acabam por marcar positivamente, outros que não
desejaríamos que fossem vivenciados, nomeadamente neste tipo de destinos, onde
a “ostentação” convive paredes meias com a mendicidade, cidades sobrelotadas e
subdesenvolvidas. É habitual vermos um hotel de 5 estrelas rodeado de favelas,
com habitantes “esfomeados” por conseguir encontrar alguns daqueles “ricos” e
brincar aos ladrões com eles.
Apesar de tudo, as minhas
memórias do México são muito positivas e “tapam” claramente aquelas mais
negras.
Se alguma vez optarem por uma
viagem destas, aconselho a faze-la com companhia e a marcarem pontos de visita específicos.
Vale a pena, e além disso, abre os nossos horizontes para outras vivências, que
nos permitem estabelecer um termo comparativo entre a realidade que outros
povos vivem e aquela que nós temos a “sorte” de dispor, porque na verdade são
bem, bem diferentes.
Tiago
Está a chegar o mês de junho, e
sem dúvida que o que eu mais desejo neste momento é entrar de férias. Sem
dúvida a melhor altura do ano. Aquela em que nos limitamos a aproveitar
realmente a vida da melhor forma.
Se perguntar na rua a qualquer
pessoa, quais são o tipo de atividade que preferem fazer nas férias, é curioso
como podemos obter variadas respostas.
E basta um pouco olhar parar as
diversas férias que eu já tive e eu facilmente vejo essas diferenças.
As férias da minha infância foram
passadas a fazer campismo, em que simplesmente nesta via opta-se por refugiar
na natureza e adotar um estilo de vida mais calmo, sossegado e sereno.
Já outro tipo bem diferente, foi
uma mega viagem em 2008 que eu fiz de duas semanas com o meu irmão, primo, avós
e tios, onde andamos por Espanha, França e Alemanha de Autocaravana. Foi uma
verdadeira aventura. Apesar dos primeiros e últimos dias ficarem marcados por
viagens longas e cansativas de 8horas. Todos os dias visitávamos diversas vilas
e cidades. Onde também visitamos diversos monumentos como castelos, igrejas,
catedrais, etc. Também não poderia deixar de referir que visitarmos o
Europa-Park, que é um parque famoso de diversões alemão. Durante a viagem criei
diversas brincadeiras com o meu irmão e com o meu primo para arranjar distrações
e entreter em tempos de lazer. Eu era bastante pequeno por isso não tinha
grande motivação para escrever, mas felizmente o meu irmão como era mais velho
escreveu um diário da viajem. É sempre bom nos dias de hoje pegar nesse diário,
ler a grande aventura que nós passamos e áquilo que na nossa mentalidade era
realmente importante.
Já mais recentemente fiz outra
espécie de retiro do mundo. Apesar de não ser crente em deus, fiz o caminho de
Santiago a partir de Ourense (Espanha). E era sem dúvida difícil não
apaixonar-me por uma semana tão bem passada em que fizemos cerca de 100km a pé.
Ao contrário dos caminhos para
Fátima, o caminho de Santigo não tem como objetivo fazer-se o mais rápido
possível, ou cortar o caminho pela estrada para chegar em tempo record.
Simplesmente caminhávamos a um ritmo calmo no meio da natureza. Onde à tarde
chegávamos a um albergue de peregrinos, onde descansávamos e passávamos
tranquilamente o dia a aproveitar o Sol e conhecíamos outras pessoas. Em uma
semana aprendemos a dar valor à simplicidade da vida e ao tempo. Esquecendo
totalmente os problemas do nosso quotidiano contemporâneo e as tecnologias.
Finalmente também recentemente
passei pela experiência típica portuguesa, de passar as férias no algarve e sem
dúvida que foi bastante agradável. Em cerca de duas semanas, aproveitei o
melhor do calor, pratos regionais e da praia.
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