
Antes de apresentar o meu parto
favorito será importante tentar explicar, com recurso a psicologia, o que nos
faz comer para além do precisamos.
Ora, os seres humanos são sempre
insaciáveis e a felicidade nunca é a suficiente. Necessitamos de ser felizes corporalmente, profissionalmente e financeiramente. Mesmo depois disso ainda
nos sentimos muito vazios, por isso, temos de nos preencher com algo e esse
algo é quase sempre a comida. Não apenas pelo seu sabor, mas porque nos ocupa e
disfarça o nosso “vazio”. Eu próprio me incluo nisso quando como o meu cozido à
portuguesa, naquelas horas em que estou à mesa esqueço os meus problemas e
disfruto do manjar.
O que leva? Leva tudo, tudo do
bom e do melhor. Leva o saudável dos vegetais como o feijão, o nabo, a couve, a
cenoura e a batata. Nas carnes, leva os o porco e muitas vezes o frango. Nos
enchidos, leva calorosos chouriços de sangue e apetitosas morcelas. Depois é
colocar tudo numa panela com água, deixar cozer e depois saborear esta fabulosa
iguaria.
A gastronomia tem uma grande
tradição de ser utilizada para o turismo e é fácil de entender o porquê. Eu
próprio era bem capaz de fazer uma viagem até ao Alentejo para comer o meu cozido
à portuguesa. Aquela sensação de saborear uma boa comida acaba por nos aquecer
não só o corpo como o espírito, fazendo assim valer cada quilómetro feito.
Para além de apreciarmos o sabor
de uma comida, nós humanos acabamos sempre por desfrutar do estado de espírito
com que ficamos depois de comer. É assim que me deixa o cozido à portuguesa,
com a alma quente e com uma felicidade enorme por ter comido algo tão
delicioso.
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