sexta-feira, 13 de maio de 2016

Chouriço e alegria, a opinião do Pedro





Antes de apresentar o meu parto favorito será importante tentar explicar, com recurso a psicologia, o que nos faz comer para além do precisamos.

Ora, os seres humanos são sempre insaciáveis e a felicidade nunca é a suficiente. Necessitamos de ser felizes corporalmente, profissionalmente e financeiramente. Mesmo depois disso ainda nos sentimos muito vazios, por isso, temos de nos preencher com algo e esse algo é quase sempre a comida. Não apenas pelo seu sabor, mas porque nos ocupa e disfarça o nosso “vazio”. Eu próprio me incluo nisso quando como o meu cozido à portuguesa, naquelas horas em que estou à mesa esqueço os meus problemas e disfruto do manjar.
O que leva? Leva tudo, tudo do bom e do melhor. Leva o saudável dos vegetais como o feijão, o nabo, a couve, a cenoura e a batata. Nas carnes, leva os o porco e muitas vezes o frango. Nos enchidos, leva calorosos chouriços de sangue e apetitosas morcelas. Depois é colocar tudo numa panela com água, deixar cozer e depois saborear esta fabulosa iguaria.

A gastronomia tem uma grande tradição de ser utilizada para o turismo e é fácil de entender o porquê. Eu próprio era bem capaz de fazer uma viagem até ao Alentejo para comer o meu cozido à portuguesa. Aquela sensação de saborear uma boa comida acaba por nos aquecer não só o corpo como o espírito, fazendo assim valer cada quilómetro feito.

Para além de apreciarmos o sabor de uma comida, nós humanos acabamos sempre por desfrutar do estado de espírito com que ficamos depois de comer. É assim que me deixa o cozido à portuguesa, com a alma quente e com uma felicidade enorme por ter comido algo tão delicioso.
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