sexta-feira, 27 de maio de 2016

Episódio Desportivo


A psicologia do desporto procura compreender os pensamentos, emoções e comportamentos de um praticante ou outro agente envolvido na prática do desporto. Os psicólogos tentam compreender o papel dos fatores mentais no treino desportivo e na competição.

 Ao desenvolver competências psicológicas dos atletas, eles estão ao mesmo tempo a definir estratégias para a melhor desempenho dos agentes desportivos. Procuram também compreender de que forma os fatores psicológicos são responsáveis pelos níveis de atividade física.

Verificados os aspetos psicológicos, vamos passar a contar um episódio desportivo de cada membro dos Psicologia a 3 e de que maneira ele modificou a nossa maneira de pensar no desporto.

Pedro
Eu forte não sou, pontaria tenho pouca, mas esforço tenho muito. E pronto, foi este o lema para ser o herói daquele torneio. Tratavam-se dos campeonatos de polo aquático entre as piscinas de Gondomar e eu orgulhosamente representava São Cosme.

Chegamos tranquilamente à final e eu até já tinha marcado uns dois golos, mas agora a equipa era outra e a responsabilidade também. Esta era a mesma equipa com quem já havia disputado as três finais anteriores. As vitórias eram todas para o nosso lado e responsabilidade de mostrar que somos melhores estava nos nossos ombros.

Tudo parecia estar a correr como nas outras finais quando marcamos um golo logo nos instantes iniciais. O que aconteceu a seguir foi o que acontece a todos aqueles que chegam ao topo. Excesso de confiança. Acabamos por sofrer dois golos e o nosso treinador perante a passividade de alguns jogadores chamou-me e disse-me para posicionar lá na frente.

Entrei e pensei no meu lema. Sim! Sim, deu resultado! Depois de muito nadar e tentar posicionar-me lá na frente acabei por receber duas bolas perto da baliza. Nessas duas oportunidades, as minhas fraquezas tornaram-se forças e consegui os dois golos da vitória.

É incrível o que conseguimos atingir quando acreditamos em algo. Eu, o novato, consegui ser herói por um dia e ficar na micro-história de São Cosme. 


Tiago
Foi sobretudo através da via do futebol, e através do modesto clube da minha terra, o Sport Clube Alba, que eu vivi imensos episódios desportivos. Uns mais tristes e outros mais felizes. Durante 13 anos passei por imensas peripécias. Mas sem dúvida que um dos mais marcantes passou-se em 2010, quando a minha equipa de futebol organizou um torneio por meados da páscoa.
 No início do torneio, o nosso grupo era constituído pelo “Paços de Brandão” e o famoso clube de belém “Os Belenenses”. Como o segundo lugar dava acesso às meias-finais e por isso não tínhamos aspirações para vencer os dois jogos. Contudo surpreendentemente conseguimos fazê-lo, o meu clube que normalmente não costuma ter muito estatuto de vencer competições e fazer bons resultados, conseguiu vencer a uma boa equipa de Aveiro e a uma equipa famosa da primeira liga. Era motivo de grande orgulho, contudo, ainda não eramos campeões e faltava alguns jogos. Nas meias-finais encontramos uma equipa forte de Guimarães, mas apesar de tudo, a nossa equipa teve qualidade suficiente para superá-los e garantir o acesso à final onde iriamos reencontrar o Belenenses.
Antes da final, claro que todos os meus colegas estavam nervosos, porque saberíamos que o jogo seria mais difícil. Nós tínhamos a noção que quando tínhamos vencido o Belenenses pela primeira vez, tivemos alguma sorte e que eles tinham desprezado o nosso valor, algo que certamente não iria acontecer na final.
Foi sem dúvida dos jogos mais frenéticos que joguei na minha vida. A nossa equipa jogava muito à defesa, por isso sendo eu defesa, foi totalmente desgastante e massacrante acabar com todas as jogadas efetuadas pelos jogadores do Belenenses, que para além de serem muito bons tecnicamente era muito rápidos. Começamos a ganhar 1-0. Mas passado pouco tempo eles empataram para 1-1. Já na segunda parte, eles tiverem um penalty, mas felizmente o nosso guarda-redes defendeu. Já perto do final da partida, tivemos a felicidade de marcar o golo da vitória e sagrámos campeões. No final do jogo, era totalmente indiscritível a expressão de felicidade de todos os meus colegas. Quando quase toda gente não acreditava na nossa vitória, conseguimos alcança-la depois de tantos esforço e sacrifícios.
Mas o que marcou realmente este torneio foi o mau perder do treinador da equipa da formação do Belenenses, que foi bastante infeliz ao vir ter connosco e dizer que: “quero saber o que vai ser de vocês daqui a uns anos, vocês não vão dar em nada!”. No entanto, fomos nós que fomos levantar a taça, e foi um jogador do Alba que venceu o prémio de melhor jogador. As coisas até nos correram bem no futuro. Um colega meu, foi jogar para F.C. Porto, outro no C.D. Feirense, outros dois foram para uma equipa cujo nome não nos diz muito, mas conseguiram excelentes resultados a nível nacional. Já o nosso guarda-redes foi para a U.D. Oliveirense e eu mais um grande amigo de infância, fomos convidados para a excelente academia da A.D. Sanjoanense.
Claro que no final de contas, nenhum de nós acabou-se por tornar jogador profissional de futebol, pois as probabilidades de consegui-lo são muito reduzidas. Contudo isto não dá razão ao treinador do Belenenses. Apesar de tudo guardo grandes recordações, amigos, taças, medalhas e lições de vida que sem dúvida enriqueceram-me como pessoa. O futebol pode formar poucos jogadores mas forma muitas pessoas.

" A dar os primeiros passos em 2003"

João
Em toda a minha carreira de jogador de futebol, que verdade seja dita não durou mais de 6 anos, marquei 1 golo. Era defesa-central e marcar golos nessa posição é sempre uma situação muito rara, portanto quando marquei, guardei de imediato na memória como sendo o meu primeiro e único golo da minha curta passagem pelo futebol.
Não foi um golo daqueles que só os virtuosos conseguem, foi pleno de oportunidade.
Lembro-me que se tratava de mais um tradicional “INATEL/Fernando Pires”. A nossa equipa não era de perto das melhores de Braga, talvez combatesse com o mesmo Fernando Pires para não sermos considerados das piores. Esses combates davam-se dentro das quatro linhas com muita frequência, quer fosse um amigável ou jogo do campeonato.
Seria num destes “clássicos” que eu viria a ter o meu momento especial. Não ganhamos, mas fizemos um bom jogo. Eles marcaram primeiro durante a primeira parte, num momento de descontração da defesa, enquanto eu aquecia de fora e olhava com uma vontade incessante de entrar lá dentro.
O “mister” chamou-me ao banco de suplentes e atirou-me para dentro da arena. Surge uma oportunidade ofensiva com um canto da direita: a bola sai bombeada, cai no meio da grande área e chuto sozinho cheio de oportunidade para dentro das redes.
Com o jogo empatado, decidi não celebrar e corri para o meu lugar no centro da defesa, de maneira a que não perdêssemos tempo. Infelizmente acabamos por sofrer e perder por 2-1, mas eu fui para casa com um sorriso de orelha a orelha porque afinal de contas tinha marcado o meu primeiro golo.
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