sexta-feira, 27 de maio de 2016

Papel dos Pais

Os pais são tão importantes. Eles são os portadores da razão, da sabedoria e da força e sem eles seríamos metade daquilo que somos. Não dizemos que a presença de todos os pais é positiva, até porque testemunhamos na televisão (e fora de ela) casos que provam o contrário, mas precisamos que existam.

Com eles contactamos pela primeira vez e vivemos as fases que nos definem enquanto humanos.

Como falamos num outro texto, Lev Wygotsky, um aludido estudioso sobre a psicologia infantil, acredita que graças ao facto da criança ser um ser relacional, esta irá adquirir muitas caraterísticas e comportamentos através da relação interpessoal. Será de esperar, portanto, que as primeiras relações com os pais sejam determinantes na influência das nossas personalidades.

Não é habitual vermos um “miúdo” mimado a agir como um “miúdo” abandonado. Ambos tiveram relações interpessoais distintas.

Estudiosos apontam que após os anos 60, criou-se uma onda de liberalismo que se arrastou para os dias de hoje. Os pais em vez de executarem o papel de educador que lhe está pré-destinado, preferem ser os melhores amigos. E ao invés de estabelecerem regras para os seus filhos cumprirem, estes optam por um papel bem mais liberal. Aliás em alguns casos, as figuras paternas tentam compensar a rigidez a que foram submetidas enquanto crianças, com uma educação mais “mimada”.

Comportamento que considera negável, já que é esta liberdade educativa que forma jovens desordeiros, sem a noção dos limites. Na opinião dele, a mudança de paradigma deu-se de forma muito abrupta e se antes dos anos 60, os pais eram mais rígidos e os filhos sucumbiam à sua autoridade, agora existe excesso de atenção que culmina com um tratamento da criança digno de rei. Propõe uma nova mudança, onde os pais consigam encontrar o balanço ideal entre rigidez e amizade, para que nem a criança crie uma visão demasiadamente “dura” nem uma visão demasiadamente “cor-de-rosa” da vida, tornando-se mais equilibrada.

Certamente as nossas vivências com figuras paternas foram distintas umas das outras e vamos usar este espaço para vos elucidar acerca das nossas experiências.


João
Sobre este tema a minha experiência diz-me que a influência dos meus pais é bem grande no meu desenvolvimento.
Grande parte da minha infância foi vivida em casa. Nunca fui um rapaz que procurava muita experiência exterior, aliás sentia um bocado de repulsa em ter que conviver com um grupo grande de pessoas durante muito tempo e a solução passava por estar em casa a viver o meu mundo.
Sendo o primeiro de dois filhos, sem dúvida que tive uma maior proteção por parte dos meus pais em relação à minha irmã, o que a meu ver é totalmente compreensível. Aqui estão duas pessoas a serem pais pela primeira vez, sem terem bem a noção do que fazer.
Ás vezes sentia-me tão bem em casa, que não via o mundo lá fora como uma opção. Nunca a frase “se estás a ganhar, não mudas” encaixou tão bem. Um dia na escola corria menos bem, ia para casa e ficava tudo bem. Lembro-me muitas vezes de me sentir muito tranquilo na cozinha enquanto via a minha mãe cozinhar (atividade que ela preza muito e que ela demonstra através de pratos maravilhosos). Não precisava de ir longe para ter aquilo que precisava. Quando sair da minha zona de conforto era a ordem do dia, ia com o meu Pai. Tinha uma confiança inabalável nele e um respeito que apenas um grupo exclusivo de pessoas merece. Todo o lugar onde ele ia, eu ia, simples.
Claro que também tivemos os nossos confrontos. Esse geralmente acabavam com ele a tentar ensinar-me “boas maneiras”, enquanto eu corria desenfreadamente pela casa. Quando me apanhava era um problema, mas olhando agora para trás lembro-me desses momentos com um sorriso na cara. Exigência era um conceito que o meu pai prezava e queria transmitir-me isso, mas eu teimava em não perceber.

No entanto com o decorrer do tempo as coisas mudaram. Atravessei uma grande crise de confiança que parece ter abalado a dinâmica da família. A minha mãe preocupava-se demasiadamente comigo, enquanto o meu pai se afastou um bocado. Provavelmente ele teria outras situações que o afetavam, que ele não gostava de revelar e preferia interiorizar. A verdade é que me ressenti um bocado da sua ausência, a nível emocional, e tentei procurar maneira de me defender. Nunca consegui e acabei mesmo por desistir. Lembro-me mesmo de chegar a casa, depois de uma sequência de dias difíceis na escola e não ter vontade de me levantar da cama. Os anos em que senti o distanciamento do meu pai, foram os piores minha vida.
Ao longo do tempo, o espaçamento foi aumentando e houve alturas em que eu e o meu pai vivíamos na mesma casa, mas eu nem me importava com isso, porque já não o via como uma figura paterna. Mais uma vez eu amo-o muito, mas houve uma desconeção emocional durante um largo período de tempo.

A puberdade não ajudou e depois do afastamento do meu pai, sucedeu-se o afastamento emocional da minha mãe. Eu sentia-me mesmo só e como tal procurava responder com indiferença.
Durou alguns anos mas a fase acabou por passar, nós crescemos e percebemos que não vivemos sozinhos no mundo. As pessoas tem os seus problemas e apesar de ter tido uns pais extraordinários na primeira fase da minha vida, eu cheguei mesmo a sentir que eles tinham desaparecido. Nada disto é culpa deles, provavelmente eu estava mal habituado. Provavelmente vivia demasiado protegido do mundo. Provavelmente não me expus tanto e isso teve determinados efeitos. Agora tudo isso é passado e a vida continua.
Atualmente, posso revelar que as respetivas relações estão bem melhores. O facto de estar mais maduro e perceber que a “luta da vida” é dura, faz-me perceber que eles também são seres-humanos e também tiveram, tem e irão ter dificuldades para enfrentar alguns obstáculos. Afinal de contas “se soubéssemos melhor, faríamos melhor”.


Pedro
São chatos, intolerantes e antiquados, mas têm um dom de saber o que devemos fazer e acabamos sempre por confirmar que tinham, no fundo do fundo, razão para nos terem chateado daquela maneira.

Toda a criança necessita, obrigatoriamente, de alguém que lhe transmita um caminho para a educação e para a sua formação como ser humano. Ora, sempre que o caminho é desviado e os comportamentos não são os adequados é de esperar a correção de volta ao caminho certo, esta deverá ser feita pelos pais da criança.

Ora, na minha opinião, os problemas entre pais e filhos residem em saber como fazer uma correta retificação do caminho. Primeiro, deve ser dada um explicação coerente, pois o “porque eu digo” tem muito pouco de educativo. Segundo, a forma como se fala deve ser adequada, isto porque os erros fazem parte da formação e reagir agressivamente só trará animosidade à relação pais/filhos. Optar pelo diálogo deve ser sempre a medida tomada, pois o papel dos pais deve ser formar uma boa pessoa e não alguém com receio de se exprimir.

Tiago
Não me posso queixar da minha educação. Apesar de viver apenas com a minha mãe e com o meu irmão. Nunca me faltou nada. Tive sempre o apoio do resto da família que ajudava a mim e ao meu irmão. Claro que por causa da minha mãe ser a minha única figura de autoridade, por vezes, chateava-me com ela sem razão nos momentos em que apenas ela podia chamar-me à atenção. Mas sem dúvida que tenho uma grande relação com ela.

Para além do ensino regular, a minha mãe permitiu-me fazer atividades extra, como estudar música e praticar desporto, que foi bastante importante para o meu desenvolvimento. Consegui experimentar muitas coisas e perceber o que realmente gosto e aquilo que não gosto. A minha mãe sempre me deu bastante liberdade, contudo ela também sabia gerir um meio-termo e quando tinha de ser autoritária ela era capaz de o ser nos momentos certos.

Ela também ensinou que para ser pai ou mãe, realmente basta ter muito amor e muita vontade. Por isso se eu tive uma infância normal, sem problemas e cresci em volta de uma figura feminina, não vejo por que razões algumas pessoas são contra a adoção de crianças por parte de casais homossexuais. As crianças precisam de amor, apenas isso. Não é por ser um casal homossexual que elas vão ter um desenvolvimento anormal em relação a outras crianças e de futuro terão tendência a ser homossexuais. E se o forem, não podemos considerar um problema, visto que não devemos ser preconceituosos, pois a homossexualidade é uma escolha e não uma doença. Independentemente se o casal é homossexual, heterossexual, se é apenas um pai, uma mãe, avós, ou tios, o que uma criança precisa apenas é amor e conforto.

Referências:


Nostalgia de Infância


A infância aparece-nos como uma das primeiras dádivas da vida. Saltar esta etapa da nossa existência para nos transformarmos em adultos nunca será possível, temos que ser primeiramente crianças, já que é nessa fase da vida que se molda uma grande “fatia” da nossa personalidade.

A fase mais infantil é uma das fases de vida mais abordadas pelos psicólogos. Sigmund Freud e Jean Piaget são dois nomes, numa lista extensa de profissionais, que decidiram aprofundar-se nesta área de investigação. Freud criou os estádios de desenvolvimento, enquanto Piaget desenvolveu a ideia dos estágios. Autores diferentes, ideias diferentes, com um objetivo em comum: compreender o desenvolvimento da criança.


“ Todas as crianças nascem com instintos que as empurram para se comportarem em função da sua vontade... durante o processo de desenvolvimento, que acontece na relação da criança com os humanos...o seu cérebro se reorganiza, ganha uma nova estrutura. É um processo lento e muito complexo”

Quintino Aires, 2010



Quando se trata de um bebé, é importante lembrar que no inicio este só sabe um limitado leque de movimentos e todos eles são instintivos. Estes têm uma perceção e os sentidos muito pouco desenvolvidos e, quando não estão saciados, procuram rapidamente uma forma de aliviar o prazer. Freud defendia que caso estes prazeres instintivos não fossem devidamente correspondidos, serviriam de justificação para alguns comportamentos que teremos numa fase mais adulta.

Ele associa por exemplo que o prolongamento do ato de mamar, pode gerar uma personalidade mais dependente com tendência para criar vícios (Roer as unhas, por exemplo).

Por outro lado, a ideia de Piaget encontra-se dividida em 4 sub-estágios. Cada sub-estágio possui critérios específicos que foram, com a ajuda do Behaviorismo, estabelecidos pelo psicólogo.

Por exemplo, no primeiro estágio, Sensório-Motor, o bebé começa por criar esquemas mentais para assimilar o meio, a inteligência é muito prática e contacto com o meio ainda é muito limitado e direto. Após este, temos o estágio Pré-Operatório, o Operatório Concreto e por último o Operatório Formal, que terminará pelos 12 anos.

No entanto, apesar de estes investigadores terem desenvolvido muitos esforços para compreender da melhor forma os bebés e as crianças, existiam campos onde eles nunca se mostraram capazes de tirar conclusões. O exemplo de descobrir se efetivamente o nosso natural temperamento é adquirido ao longo da nossa aprendizagem ou se é inato, mostra-nos que ainda existia bastante matéria por investigar nesta área da Psicologia.

Vygotsky trouxe uma nova perspetiva acerca do crescimento da criança. Segundo ele, as caraterísticas e atitudes individuais são fruto da interação com outros. O ser-humano é por natureza um ser relacional e necessita do contacto com outros seres da sua espécie para se estabelecer com um ser único, com as suas caraterísticas, atitudes e personalidade.



“Trough others, we become ourselves”

Lev Vygotsky



Decerto, todos nós os três passamos pelos estágios ou estádios já referidos, com experiências diferentes, a crescer e a desenvolvermo-nos a velocidades diferentes, que provavelmente tiveram influência naquilo que somos hoje. Assim, passaremos a dar os nossos testemunhos, em relação aquilo que foi a nossa vivência de crianças.



João
Como Vygotsky dizia, a infância pode ser chave no desenvolvimento adulto e a maneira como lidamos com os outros, pode definir o que nós somos. Posso corroborar a sua teoria com o meu próprio exemplo.
Aquilo que hoje julgo ser, se deverá muito à educação e aquisição de comportamentos durante os meus primeiros anos de vida. Além disso, as relações que mantive e a maneira como fui educado definiram, por exemplo, um certo grau de introversão e esse comportamento adiquiri-o já quando era pequeno. Sentia-me confortável, e como tal, sentia que não necessitava de mudar. A minha capacidade de encontrar estímulo no interior era muito forte e por mais que possa ter crescido nesse aspeto, ainda volto casualmente ao meu “mundo à parte”.
Outra caraterística que reconheço ter e que adquiri muito cedo na minha vida, foi o sentido de responsabilidade apurado. De cedo percebi que compensava mais ser honesto, assumir o erro e pedir desculpa, do que perder tempo a arranjar desculpas e “atirar pedras”. Lembro-me da única vez que menti a sério aos meus pais e foi sobre ter tirado uma negativa. Simplesmente menti e disse que tinha tirado um excelente, porque tinha medo de desapontá-los. A mentira continuou até ao final do semestre, até a pauta das notas me denunciar.
Sem querer desapontá-los uma vez, acabei por desapontá-los duas vezes. Eles ficaram tristes, eu de castigo e percebi que mentir não era um comportamento aceitável.
Hoje posso usar uma “mentira saudável” de” lés-a-lés”, mas ainda assim procuro que a minha honestidade sobressaia e, como já disse anteriormente, essa é uma caraterística que provavelmente adquiri naquela experiência mais negativa que tive enquanto criança.
Assim, mantenho-me ao lado de Vygotsky. A maneira como vivemos a infância e os estímulos interpessoais a que estamos sujeitos, são determinantes no nosso futuro, pelo que, na minha opinião, esta será mesmo a fase mais importante da nossa existência.

Tiago
É sempre difícil não termos saudades de sermos crianças, a altura em que simplesmente só divertíamos, vivíamos sem preocupações e totalmente inconscientes da realidade do mundo, em que tudo parece estar a correr bem. 
É importante relembrar sempre relembrar que por esta altura, não havia crise como se verifica atualmente, as próprias pessoas descreviam a época como a “geração das vacas gordas”, em que realmente nada me faltou a mim e ao meu irmão. Muita das vezes bastava pedir, que os meus pais podiam comprar-me quase tudo, e caso não conseguissem, se fosse preciso faziam um pequeno esforço financeiro e arranjavam uma forma de poupar uns trocos. E de seguida compravam.
O que marcou a minha infância sem dúvida foi passar tardes e tardes a andar de bicicleta, a jogar futebol, a jogar às escondidas e inventar jogos com os meus vizinhos. Outras das minhas atividades preferidas era brincar com Legos e fazer jogadores de papel. Basicamente tudo que servisse para construir, recrear uma partida de futebol ou outras modalidades desportivas era uma excelente atividade.
Porém chegamos à época das modernidades e por isso também joguei bastante playstacion 1 e 2. Onde passei muitas horas com o meu irmão a jogar a coleção “FIFA” e “Crash Bandicoot”. Com o surgimento dos computadores, também comecei desde cedo a fazer várias experiências no computador e a fazer vídeos com o primo.
Mas o que mais me deixa saudades da minha infância é indiscutivelmente ver cassetes e os desenhos animados que via na televisão com o meu irmão. Eu tinha uma grande coleção de cassetes de filmes de animação. Desde filmes da “Disney”, da “DreamWorks” e da coleção “Era uma vez a vida”. Era também uma época dourada dos filmes e séries de animação, pois na altura quando faziam-se filmes e séries, centravam-se as atenções no desenvolvimento de uma boa história e não na lógia atual do consumo rápido.
 Eu dividia o quarto com o meu irmão, por isso quase todas as noites, víamos um filme antes de nos virmos deitar. E todas as manhãs acordávamos sempre bem cedo para não perder os nossos desenhos animados favoritos, pois na altura não havia gravações automáticas.
Hoje, já mais crescido noto a evolução que as brincadeiras de infância foram sofrendo ao longo do tempo. Contudo acho que atualmente está a passar-se o limite das barreiras do acesso que se dá da tecnologia às crianças. Se mesmo na minha altura, podia dizer que um computador poderia ser algo perigoso, falo agora do presente em que qualquer criança mal começa a andar, também já brinca com Tablet e mal entram na escola primária e já têm um telemóvel. Estamos a entrar numa geração digital, e não condeno o futuro da infância dos nossos filhos por não ser igual à nossa, mas acho que cada vez mais está-se a privar a comunicação humana direta e o estímulo das crianças brincar ao ar-livre. Que na minha opinião não é nada saudável.


Pedro
Tremendamente ingénuo, tremendamente influenciável, tremendamente feliz. É assim a explicação da minha infância, tão sim simples como isto. É incrível como tão pouco conhecimento me fazia tão feliz, como que a descoberta de um novo mundo fosse a chama para felicidade.
 Nostalgia, tenho muita. Exemplo disso mesmo são os meus legos, que ainda hoje me proporcionam horas de despertar da criatividade há muito escondida por um conhecimento científico pragmático. Esta sensação de poder criar algo livremente é o que me trás mais saudade dos meus dias de crianças. As aulas eram tão mais enriquecedoras quando podíamos fazer uma composição com um tema livre, um desenho com o que viesse à cabeça.

É certo que a educação tem inevitavelmente de ter alguma restrição, um “dois mais dois” tem ser obrigatoriamente quatro, mas é também importante que se desenvolva as noções de criatividade para que o ser humano consiga saber criar algo. Falta despertar a nossa criança interior para o homem adulto seja um ser mais completo.

Referências:


Episódio Desportivo


A psicologia do desporto procura compreender os pensamentos, emoções e comportamentos de um praticante ou outro agente envolvido na prática do desporto. Os psicólogos tentam compreender o papel dos fatores mentais no treino desportivo e na competição.

 Ao desenvolver competências psicológicas dos atletas, eles estão ao mesmo tempo a definir estratégias para a melhor desempenho dos agentes desportivos. Procuram também compreender de que forma os fatores psicológicos são responsáveis pelos níveis de atividade física.

Verificados os aspetos psicológicos, vamos passar a contar um episódio desportivo de cada membro dos Psicologia a 3 e de que maneira ele modificou a nossa maneira de pensar no desporto.

Pedro
Eu forte não sou, pontaria tenho pouca, mas esforço tenho muito. E pronto, foi este o lema para ser o herói daquele torneio. Tratavam-se dos campeonatos de polo aquático entre as piscinas de Gondomar e eu orgulhosamente representava São Cosme.

Chegamos tranquilamente à final e eu até já tinha marcado uns dois golos, mas agora a equipa era outra e a responsabilidade também. Esta era a mesma equipa com quem já havia disputado as três finais anteriores. As vitórias eram todas para o nosso lado e responsabilidade de mostrar que somos melhores estava nos nossos ombros.

Tudo parecia estar a correr como nas outras finais quando marcamos um golo logo nos instantes iniciais. O que aconteceu a seguir foi o que acontece a todos aqueles que chegam ao topo. Excesso de confiança. Acabamos por sofrer dois golos e o nosso treinador perante a passividade de alguns jogadores chamou-me e disse-me para posicionar lá na frente.

Entrei e pensei no meu lema. Sim! Sim, deu resultado! Depois de muito nadar e tentar posicionar-me lá na frente acabei por receber duas bolas perto da baliza. Nessas duas oportunidades, as minhas fraquezas tornaram-se forças e consegui os dois golos da vitória.

É incrível o que conseguimos atingir quando acreditamos em algo. Eu, o novato, consegui ser herói por um dia e ficar na micro-história de São Cosme. 


Tiago
Foi sobretudo através da via do futebol, e através do modesto clube da minha terra, o Sport Clube Alba, que eu vivi imensos episódios desportivos. Uns mais tristes e outros mais felizes. Durante 13 anos passei por imensas peripécias. Mas sem dúvida que um dos mais marcantes passou-se em 2010, quando a minha equipa de futebol organizou um torneio por meados da páscoa.
 No início do torneio, o nosso grupo era constituído pelo “Paços de Brandão” e o famoso clube de belém “Os Belenenses”. Como o segundo lugar dava acesso às meias-finais e por isso não tínhamos aspirações para vencer os dois jogos. Contudo surpreendentemente conseguimos fazê-lo, o meu clube que normalmente não costuma ter muito estatuto de vencer competições e fazer bons resultados, conseguiu vencer a uma boa equipa de Aveiro e a uma equipa famosa da primeira liga. Era motivo de grande orgulho, contudo, ainda não eramos campeões e faltava alguns jogos. Nas meias-finais encontramos uma equipa forte de Guimarães, mas apesar de tudo, a nossa equipa teve qualidade suficiente para superá-los e garantir o acesso à final onde iriamos reencontrar o Belenenses.
Antes da final, claro que todos os meus colegas estavam nervosos, porque saberíamos que o jogo seria mais difícil. Nós tínhamos a noção que quando tínhamos vencido o Belenenses pela primeira vez, tivemos alguma sorte e que eles tinham desprezado o nosso valor, algo que certamente não iria acontecer na final.
Foi sem dúvida dos jogos mais frenéticos que joguei na minha vida. A nossa equipa jogava muito à defesa, por isso sendo eu defesa, foi totalmente desgastante e massacrante acabar com todas as jogadas efetuadas pelos jogadores do Belenenses, que para além de serem muito bons tecnicamente era muito rápidos. Começamos a ganhar 1-0. Mas passado pouco tempo eles empataram para 1-1. Já na segunda parte, eles tiverem um penalty, mas felizmente o nosso guarda-redes defendeu. Já perto do final da partida, tivemos a felicidade de marcar o golo da vitória e sagrámos campeões. No final do jogo, era totalmente indiscritível a expressão de felicidade de todos os meus colegas. Quando quase toda gente não acreditava na nossa vitória, conseguimos alcança-la depois de tantos esforço e sacrifícios.
Mas o que marcou realmente este torneio foi o mau perder do treinador da equipa da formação do Belenenses, que foi bastante infeliz ao vir ter connosco e dizer que: “quero saber o que vai ser de vocês daqui a uns anos, vocês não vão dar em nada!”. No entanto, fomos nós que fomos levantar a taça, e foi um jogador do Alba que venceu o prémio de melhor jogador. As coisas até nos correram bem no futuro. Um colega meu, foi jogar para F.C. Porto, outro no C.D. Feirense, outros dois foram para uma equipa cujo nome não nos diz muito, mas conseguiram excelentes resultados a nível nacional. Já o nosso guarda-redes foi para a U.D. Oliveirense e eu mais um grande amigo de infância, fomos convidados para a excelente academia da A.D. Sanjoanense.
Claro que no final de contas, nenhum de nós acabou-se por tornar jogador profissional de futebol, pois as probabilidades de consegui-lo são muito reduzidas. Contudo isto não dá razão ao treinador do Belenenses. Apesar de tudo guardo grandes recordações, amigos, taças, medalhas e lições de vida que sem dúvida enriqueceram-me como pessoa. O futebol pode formar poucos jogadores mas forma muitas pessoas.

" A dar os primeiros passos em 2003"

João
Em toda a minha carreira de jogador de futebol, que verdade seja dita não durou mais de 6 anos, marquei 1 golo. Era defesa-central e marcar golos nessa posição é sempre uma situação muito rara, portanto quando marquei, guardei de imediato na memória como sendo o meu primeiro e único golo da minha curta passagem pelo futebol.
Não foi um golo daqueles que só os virtuosos conseguem, foi pleno de oportunidade.
Lembro-me que se tratava de mais um tradicional “INATEL/Fernando Pires”. A nossa equipa não era de perto das melhores de Braga, talvez combatesse com o mesmo Fernando Pires para não sermos considerados das piores. Esses combates davam-se dentro das quatro linhas com muita frequência, quer fosse um amigável ou jogo do campeonato.
Seria num destes “clássicos” que eu viria a ter o meu momento especial. Não ganhamos, mas fizemos um bom jogo. Eles marcaram primeiro durante a primeira parte, num momento de descontração da defesa, enquanto eu aquecia de fora e olhava com uma vontade incessante de entrar lá dentro.
O “mister” chamou-me ao banco de suplentes e atirou-me para dentro da arena. Surge uma oportunidade ofensiva com um canto da direita: a bola sai bombeada, cai no meio da grande área e chuto sozinho cheio de oportunidade para dentro das redes.
Com o jogo empatado, decidi não celebrar e corri para o meu lugar no centro da defesa, de maneira a que não perdêssemos tempo. Infelizmente acabamos por sofrer e perder por 2-1, mas eu fui para casa com um sorriso de orelha a orelha porque afinal de contas tinha marcado o meu primeiro golo.
Referências:


Férias

As férias são algo que o homem passa grande parte do seu tempo a pensar sobre elas, aquela possibilidade de ter um tempo para fazer o que bem desejar deixa qualquer um empolgado, imaginando as maravilhas que poderá fazer.
Em estudos realizados no Brasil apurou-se que 4 em cada 10 pessoas logo após o trabalho, manifestam tristeza, irritabilidade, cansaço e alterações no apetite e sono. Este comportamento é descrito pelos psicólogos como stress pós-férias. O nosso organismo abrandou durante as férias e corpo desenvolve um ritmo novo, mais descontraído, ao qual se habitua facilmente e depois torna-se muito difícil acelerar novamente para o ritmo do trabalho.
Esta liberdade em férias é algo que todos ansiamos, mas perante tantas oportunidades de alegria o que podemos nós aprender com as férias?

Pedro
O Verão era o de 2014, a expectativa era grande, a animação já começava na viagem. Estava escrito nas estrelas que iriam ser umas férias memoráveis. Antes de as explicar, devo começar por dizer que foram mesmo e não por aquilo que esperávamos, mas pela maneira como lidamos com as adversidades.
Os planos estavam feitos para toda a semana. Deitar tarde  e cedo erguer, o dormir ficava para a próxima semana. Iriamos ser produtivos naquilo que fazíamos os sete dias, não havia tempo para passar na cama. De manhã praia, tardes para visitas à cidade e explorar a natureza da zona. Íamos conhecer a história da região, íamos conhecer a população, íamos visitar igrejas e museus. Até os pássaros iriam saber da nossa presença em Esmoriz!
A primeiro dia foi ótimo, a noite do mesmo já deixou muito a desejar. Um foi mordido por um peixe aranha, outro cortou a mão toda, o resto dos cinco ficou a desejar nunca mais comer salsichas com cinco meses fora  do prazo. Os próximos cinco dias foram passados dentro de casa e por incrível que possa parecer nunca nos divertimos tanto.
O nosso estado de invalidez passou a ser motivo para piadas a cada minuto. Ficamos uns experts em cinema de terror coreano e apendemos a cozinhar verdadeiramente. O que se retira desta experiência é que devemos encarar o inesperado com o sorriso e perceber que não é preciso nada mais que sete amigos e uma casa para as coisas tornaram inesquecíveis.


João
A recorrente expressão “estou a precisar de férias” convive connosco quase que diariamente, como que se de um lembrete se tratasse, especialmente quando a pressão do trabalho nos vai tornando cada vez mais exaustos, seja a atividade predominantemente física ou não.
Assim, as Férias são sempre uma excelente forma de repousar e descansar, mas, acima de tudo, de virarmos o foco para outras vivências e experiências.
Quantos de nós não almejam por umas merecidas férias, depois de meses seguidos de trabalho e sujeitos a intensa pressão? Eu diria que todos nós!
Precisamos de olhar para a outra face do mundo, a mais relaxante, e neste caso, as férias são um bilhete para esse lado.
Para mim são sempre renovadoras, especialmente se elas se gozarem à beira mar.
Recordo-me de viagens que fiz à Tunísia e ao México, entre outros destinos, e como elas foram tão reconfortantes. Praia, areia, mar quente e uma nova cultura, como não poderia gostar?
A viagem à América Central, apesar de ainda criança, recordo-a com mais intensidade que outras. As cores daquela terra eram tão naturais e vibrantes, que o meu desejo era o de poder visitar mais lugares como aqueles.
Estava sempre um calor abrasador e uma humidade que causava dificuldades na respiração, mas nada que uma semana de adaptação não resolvesse.
O mar era extremamente salgado, mas compensava com um temperatura morna e uma transparência de tão evidente, que se conseguia ver a cor da areia que ele banhava.
Também tive a sorte de poder visitar e subir o templo Azteca de Chichén Itza, conhecer a cultura Itzáe e perceber como viviam estes grupos de nativos, agora extintos.


O jogo de bola Pitz, por exemplo, era um jogo que se praticava naquele complexo Azteca, sendo uma espécie de precedente do Raquetebol, com aros para encestar a bola. Este desporto tinha uma conotação muito espiritual e cultural. Muitas vezes este resolvia disputas entre povos, sem que se derramasse o sangue de pessoas inocentes. No entanto, o capitão da equipa perdedora era quase sempre sacrificado e decapitado, pelo simples facto de ter perdido a honra de perder.
O mais curioso é perceber que as dinâmicas entre aquela cultura pré-histórica e a atual cultura mexicana não são assim tão díspares e que, mesmo apesar de ter evoluído em termos tecnológicos (como todo o mundo teve direito), valores como paixão, criatividade e espiritualidade ainda estão muito presentes nos atuais nativos mexicanos. Wrestling, futebol e entretenimento são trademarks desta variante da cultura Latina e todos eles são vividos com a vivacidade caraterística deste povo.


Recorrentemente, acabam por acontecer certos episódios nas férias, para os quais nem sempre estamos preparados, uns que acabam por marcar positivamente, outros que não desejaríamos que fossem vivenciados, nomeadamente neste tipo de destinos, onde a “ostentação” convive paredes meias com a mendicidade, cidades sobrelotadas e subdesenvolvidas. É habitual vermos um hotel de 5 estrelas rodeado de favelas, com habitantes “esfomeados” por conseguir encontrar alguns daqueles “ricos” e brincar aos ladrões com eles.
Apesar de tudo, as minhas memórias do México são muito positivas e “tapam” claramente aquelas mais negras.
Se alguma vez optarem por uma viagem destas, aconselho a faze-la com companhia e a marcarem pontos de visita específicos. Vale a pena, e além disso, abre os nossos horizontes para outras vivências, que nos permitem estabelecer um termo comparativo entre a realidade que outros povos vivem e aquela que nós temos a “sorte” de dispor, porque na verdade são bem, bem diferentes.
Tiago
Está a chegar o mês de junho, e sem dúvida que o que eu mais desejo neste momento é entrar de férias. Sem dúvida a melhor altura do ano. Aquela em que nos limitamos a aproveitar realmente a vida da melhor forma.
Se perguntar na rua a qualquer pessoa, quais são o tipo de atividade que preferem fazer nas férias, é curioso como podemos obter variadas respostas.
E basta um pouco olhar parar as diversas férias que eu já tive e eu facilmente vejo essas diferenças.
As férias da minha infância foram passadas a fazer campismo, em que simplesmente nesta via opta-se por refugiar na natureza e adotar um estilo de vida mais calmo, sossegado e sereno.
Já outro tipo bem diferente, foi uma mega viagem em 2008 que eu fiz de duas semanas com o meu irmão, primo, avós e tios, onde andamos por Espanha, França e Alemanha de Autocaravana. Foi uma verdadeira aventura. Apesar dos primeiros e últimos dias ficarem marcados por viagens longas e cansativas de 8horas. Todos os dias visitávamos diversas vilas e cidades. Onde também visitamos diversos monumentos como castelos, igrejas, catedrais, etc. Também não poderia deixar de referir que visitarmos o Europa-Park, que é um parque famoso de diversões alemão. Durante a viagem criei diversas brincadeiras com o meu irmão e com o meu primo para arranjar distrações e entreter em tempos de lazer. Eu era bastante pequeno por isso não tinha grande motivação para escrever, mas felizmente o meu irmão como era mais velho escreveu um diário da viajem. É sempre bom nos dias de hoje pegar nesse diário, ler a grande aventura que nós passamos e áquilo que na nossa mentalidade era realmente importante.
Já mais recentemente fiz outra espécie de retiro do mundo. Apesar de não ser crente em deus, fiz o caminho de Santiago a partir de Ourense (Espanha). E era sem dúvida difícil não apaixonar-me por uma semana tão bem passada em que fizemos cerca de 100km a pé.
Ao contrário dos caminhos para Fátima, o caminho de Santigo não tem como objetivo fazer-se o mais rápido possível, ou cortar o caminho pela estrada para chegar em tempo record. Simplesmente caminhávamos a um ritmo calmo no meio da natureza. Onde à tarde chegávamos a um albergue de peregrinos, onde descansávamos e passávamos tranquilamente o dia a aproveitar o Sol e conhecíamos outras pessoas. Em uma semana aprendemos a dar valor à simplicidade da vida e ao tempo. Esquecendo totalmente os problemas do nosso quotidiano contemporâneo e as tecnologias.
Finalmente também recentemente passei pela experiência típica portuguesa, de passar as férias no algarve e sem dúvida que foi bastante agradável. Em cerca de duas semanas, aproveitei o melhor do calor, pratos regionais e da praia.



Referências:




Futuro


Bom dia, hoje iremos associar a psicologia às nossas perspetivas futuras e aos nossos objetivos de vida.

Apesar do ser-humano viver num determinado espaço e tempo, este tem a capacidade de olhar para lá do que vivenciou e vivência. O “passado” é recorrentemente retratado por nós neste blog. Falamos das nossas experiências, situações e histórias mais marcantes que vivenciamos, para as ligarmos à psicologia.
No entanto este espaço retratará uma outra realidade: O “futuro”.
Aquilo que gostaríamos de ver no “amanhã”. As ambições, as resoluções, os sonhos pelos quais lutaríamos afincadamente no “presente”.


Como todos sabemos, a ambição são objetivos que nós traçamos, cujo alcance é um motivo de orgulho e de satisfação.
António Norton, psicólogo clínico, afirma que a “ambição é realmente tornar o nosso eu ideal, real. É sermos autênticos naquilo que acreditamos, amamos e respeitamos”.
Ele vai mais longe e interliga o conceito da ambição ao conceito de autenticidade. Existe um componente único nas nossas ambições, algo diferente, algo que determina a nossa essência e mística.

“Sermos ambiciosos é sermos exigentes com a nossa vida, muito exigentes mesmo e muito sérios, com os nossos sonhos.”
António Norton

O mesmo psicólogo vê o avanço da idade como um travão na nossa ambição e que aos poucos vamos perdendo aqueles sonhos, a capacidade de luta, a nossa vitalidade e acomodação é o principal destino de grande parte da nossa sociedade. Muitos procuram manter empregos, relações e rotinas que não os agradam, pelo simples facto de já terem perdido força para lutar pelos seus ideais.
No entanto, este vê a coragem e força interior como os principais dínamos da ambição e que apesar de ser raro, testemunha muitos casos adultos muito positivos, que não param de lutar, nem mostram indícios de parar.
Para manter a chama acesa e ser caso de sucesso, António Norton aconselha a olhar para “dentro”, perceber o que mexe connosco, estabelecer novos objetivos, partir para aventura, criar um sério compromisso interno e transformarmo-nos, assim, nos nossos melhores amigos.

“The way to success is to keep one’s courage and patience and to work on energetically.”
Van Gogh

Ivete Barbieri, no seu blog, estabelece que as ambições devem ir além da materialidade e ganhar um carater mais ético. Relembra também que é muito fácil sermos corrompidos pelo “material” e que perante uma nova oportunidade, geralmente, nos tornamos condescendentes e atiramos um punhado de valores que, supostamente, prezávamos para conseguirmos sair a ganhar monetariamente. Ela usa exemplos de pessoas financeiramente saudáveis que não são felizes e muitas vezes é precisamente essa abdicação de valores que as coloca numa posição mais infeliz.
A mesma autora chega mesmo a culpabilizar a educação a que as crianças são submetidas, quer no seio familiar, quer no seio escolar, dizendo que estes sistemas as educam a ser competitivas e a preocupar-se apenas nas vitórias aparentes, como uma boa nota por exemplo.

Já Marco António Garcia transporta este conceito para o lado mais cientifico, dizendo que a “ambição tem um forte componente genético”. Pessoas mais direcionadas para o futuro e com níveis de motivação elevados, tem maior ativação do sistema límbico do cérebro, o responsável pelas emoções.
Segundo o psicoterapeuta, a religião também pode ter uma forte influência no grau de ambição, já que algumas podem estimular e defender a necessidade de perseguir objetivos, ideais ou sonhos.

Apesar de se notar disparidades na abordagem da temática, todos eles consideram a ambição uma caraterística saudável, sempre tendo em atenção os nossos valores e a ética, mas seremos nós apologistas desta ideia de pensar? Quais são os nosso objetivos? Damos mais valor à ética ou à recompensa monetária?


João
Vivendo para aquilo que posso fazer e para os sonhos que pretendo concretizar, diria que sou uma pessoa que gosta de olhar para o “futuro”. O “presente” passou neste mesmo instante e ficou para a história, mas a presença do “amanhã” dá-nos esperança para decidirmos e moldarmos a nossa vida de forma positiva.
Com o conceito “amanhã”, vem junto a crença de que ele será melhor do que o dia anterior. Mesmo que não o seja, existe um pequeno espaço na nossa mente que acredita na hipótese desse correr bem melhor do que o anterior.
Costumo imaginar e idealizar o meu futuro. Penso muitas vezes num futuro produtivo, onde todo o meu esforço se converteria num grande legado. Legado esse que seria plantado de duas maneiras.
Primeiramente, procuraria deixá-lo no futebol. É o sonho de uma vida. Entrar neste mundo e ser bem-sucedido é aquilo que eu sonho desde pequeno. Não me preguntem porquê, mas existe algo no “desporto rei” que me afasta das preocupações mundanas, que me separa da realidade (um pouco como a música) e que talvez, com uma “pontinha” da sorte, seja o mundo onde irei trabalhar nos próximos anos.

Segundo e igualmente importante será a minha descendência, os meus filhos. Adoro crianças e dou por mim a pensar muitas vezes na minha pessoa enquanto pai e como irei adorar sê-lo. Adoro cuidar, proteger, ensinar e ver aquilo que criei, vir a dar frutos. São atributos que eu penso ter e, como tal, espero ser recompensado com filhos maravilhosos.
Também gostaria de me ver como um homem casado para uma “bela” mulher, com quem possa partilhar esta bela viagem que é a vida. De que me valeria ter experiências extraordinárias, se não pudesse partilha-las com uma parceira? Uma melhor amiga?
Anos depois, quando o meu cabelo estiver preponderantemente grisalho e já tiver ganho os meus “trocos”, gostaria de viajar, entrar mais em contacto com a vida na natureza e, quem sabe, instalar-me, até ao resto dos meus dias, num continente diferente, ou num local mais exótico, como a Austrália ou o Hawaii, por exemplo.
Viver numa região tão pacifica permitir-me-ia chegar a um acordo com a minha “paz interior”, surfar umas boas ondas e descansar da vida agitada a que hoje estamos sujeitos.
Resumindo e concluindo, quando olho para o futuro vejo apenas uma vida normal, com os seus bons momentos e as suas situações únicas, que culminam num retiro espiritual para contactar com a mãe de todos nós, a Terra. Irei conseguir fazer isto tudo? É uma incógnita. No entanto tenho a vontade, a disponibilidade mental para o fazer e “enquanto depender de mim, irá acontecer”!

Tiago
Apesar de ter algumas influências, acho que o meu futuro está destinado a fazer algo realmente diferente do que a área dos meus familiares. Ao contrário de todos os meus familiares, por incrível que pareça sou o primeiro a surgir com a veia do desporto. Desde pequeno soube mais ou menos o que queria ser. Todo o mundo do desporto fascinava-me e eu apenas queria fazer parte dele. Mas foi sem dúvida um caminho para perceber precisamente aquilo que queria ser.
Desde pequeno praticava muita atividade física e gostava de brincar a imitar vários jogadores de várias modalidades, desde corredores de atletismo, ciclistas, jogadores de futebol, basquetebol e ténis. Muito também por influência dos meus serões ao fim-de-semana à tarde onde eu via várias modalidades desportivas na televisão, na Eurosport.
Adora ver todo o tipo de provas, competições desportivas e todo espetáculo em volta do desporto. Para além disto, juntando o facto de ter jogado clube de futebol da minha terra, reuniram-se as condições para me inscrever no curso profissional de técnico de apoio à gestão desportiva. Para fazer este curso tive de fazer alguns sacrifícios, porque fui para uma nova escola que ficava longe da minha casa e por isso tive de fazer novos amigos e acordar às 6:30 da manhã para apanhar o autocarro.
Contudo, este curso foi bastante importante porque adquiri um conhecimento mais especializado para área que eu queria e permitiu-me abrir os olhos para realidade. Foi através deste cursos que conheci melhor o mundo do desporto, e percebi que pessoalmente não estava vocacionado para a parte prática da área, ou seja ser: treinador, professor de educação física ou personal trainer. Mas sim estava vocacionado para a parte teórica da gestão desportiva que era o que mais motiva-me.
Graças a esta experiência, como já tinha referido em textos anteriores consegui adaptar-me bem à universidade de desporto do Porto.
Contudo não posso fechar portas a outras oportunidades que possam surgir.
Os objetivos de vida que eu tracei para o meu futuro passam por trabalhar na área de que eu gosto e conhecer o mundo à medida que vou organizando eventos desportivos. Ambiciono também receber um ordenado que me dê uma média/alta estabilidade financeira e por fim gostaria de constituir família e de ser pai.


Pedro
Fácil seria dizer “A Deus pertence…”, mas se estou aqui é porque vou escrever algo com um pouco mais de conteúdo. Para começar, acho que em grande parte pertence a mim. Pertence ao que eu faço, o que deixei de fazer e o que farei no meu futuro. Agora, sendo sincero, ainda não tenho a mais pequena ideia do que irei fazer e questiono-me múltiplas vezes se sei o que realmente faço com a minha vida.
Não querendo parecer totalmente indeciso sobre o meu futuro, aqui vão algumas certezas: Primeiro, quero fazer uma licenciatura e uns mestrado. Nesta parte penso já ter dado alguns primeiros passos. Segundo, pretendo tirar uma carta de condução e também acho que para lá caminho. Terceiro, quero ter um gato. O porquê para estas três escolhas é fácil de explicar. Terei mais possibilidades de arranjar um emprego, tenho como ir para esse emprego e tenho companhia depois do emprego.
Eu gosto de pôr as coisas desta forma. Sendo eu uma pessoa assumidamente indecisa, tenho de tentar ser o mais pragmático possível e decidir fazer aquilo que realmente precisar. O trabalho de sonho com um ordenado fantástico, o casar com uma supermodelo e passear com ela na minha praia privativa, são tudo coisas que por mais perfeitas que possam parecer não quer dizer que estejam diretamente ligadas com a minha felicidade. Assim sendo, opto pelo mais básico e espero que o tempo me mostre aquilo que poderá tonar num homem realizado em todos os sentidos.


Referências:

Neonazismo


Em Setembro de 1930 Adolf Hitler ganha as eleições pelo partido nazi. Sim, ganhou as eleições e até data não foi encontrado nenhum documento que prove que as eleições foram fraudulentas. Mas o que levou a população a votar nele? Com este texto vou tentar explicar de que maneira Hitler consegui influenciar psicologicamente os alemães e de que forma os novos partidos da extrema direita europeia utilizam as mesmas técnicas para conseguir os seus votantes.

2ª Guerra Mundial termina a 1945 e passados 71 anos algumas mentalidades ainda continuam a mesmas. Como se todo aquele extermínio das minorias não tivesse tido relevância, como se a crença numa raça superior tivesse prevalecido todos estes anos. O crescimento da extrema direita em países europeus como a França, a Grécia, a Finlândia ou a Dinamarca é uma realidade, assim é importante tentar perceber as razões.


Pedro
O extremismo, como o nome indica, começa a proliferar em situações extremas. A debilitada situação económica de certas países faz com que a proteção “dos nossos” seja mais importante que a dos externos, por isso, se observam políticas contra a emigração e casos de fecho das fronteiras. Para estes  partidos neonazis é mais fácil influenciar a mente daqueles que estão a passar por dificuldades, uma política nacionalista e contra os refugidos é tudo o que a população gosta de ouvir aquando de uma crise. O mesmo fizeram os nazis, aproveitando a crise de 1929 para espalhar o medo pela população.
Em conclusão, é necessário sermos astutos e perceber que a extrema direita continua a ter as mesmas ideologias de há 71 anos, é certo que já não há campos de concentração, mas há muita gente a morrer em mares europeus. Não devemos colocar o orgulho nacionalista acima dos valores humanos, temos de evoluir e perceber que não há raças nem países mais importantes que outros.


João
Nazismo e tudo que o envolve, desde o partido a estas sub-culturas emergentes, vão estar para sempre marcados pela liderança trágica de Adolf Hitler.
Qualquer pessoa que nos dias de hoje se identifique com a política Nazi, será sempre julgada por grande parte da sociedade, sendo que, no entanto, esta ideologia parece querer renascer, como resposta a este mundo cada vez mais globalizado.
Existem casos de pessoas que já foram despedidas de empregos por se mostrarem apoiantes desta ideologia. Se merecem sê-lo? Não, mas a verdade é que esta ideologia defende valores tão destrutivos, degradantes e negativos, que existe imediata associação entre essas pessoas e os valores, em questão.
Supremacia de qualquer raça é para mim, enquanto humano, uma das demonstrações mais perversas que pode haver. Em que se baseou Hitler para determinar que a raça ariana é a mais forte? No seu próprio julgamento? Provavelmente. ´

Pior terá sido o preconceito que desenvolveu com os Judeus, quando na verdade, este povo seria aquele que mais ajudou no desenvolvimento do mundo, quer em termos tecnológicos quer em termos científicos. Ele culpabilizou-os por atrasarem a Alemanha a nível económico e como tal converteu o Antissemitismo numa das ideias base da sua nova ideologia política. Fenómeno que acabou por atrasar mais a Alemanha a nível económico e viria, mais tarde, a degradá-la quer a nível social quer a nível cultural já que esta entrou na Segunda Guerra Mundial e perdeu-a. Foi um episódio onde mais uma vez a humanidade deu um “tiro no pé”, em prol do ego de alguns.
Atualmente poucos são os países desenvolvidos que se encontram numa ditadura tão rigida como esta, mas aos poucos alguns seres-humanos parecem determinados em voltar atrás no tempo e regressar a ideias politicas que envolvam regras e tratamentos demasiadamente pesadas para os povos. Putin é um exemplo que se mostra interessado em caminhar no sentido do antigo líder Alemão e Donald Trump, no outro lado do globo, idem aspas.
A Europa sabe o que politicas extremistas fazem e como tal, tremem com as próximas eleições Norte-Americanas. Existir uma potência militar, politica e financeira como a Rússia, num regime tão fechado, torna-se um perigo, poder vir a existir uns “novos”  Estados Unidos com as ameaças bélicas de Trump, poderemos estar na presença de um acender do rastilho nuclear. A China e o estado Islâmico poderão até esfregar as mãos, mas nós esperamos que isto seja apenas um terrível pesadelo.
Tiago
Este é mais um movimento que vai crescendo incrivelmente e pessoalmente mete-me mais impressão. É incrível como duas guerras mundiais não chegaram para por fim a esta ideologia ridícula. Sem dúvida que os neonazis promovem o pior tipo de descriminação e racismo possível. Por isso mesmo ao ver este movimento crescer, estamos a ver o mundo a voltar para trás. Não percebo que com tanta informação temos disponível nos dias de hoje, pessoas aderem a este corrente e defendem a “raça pura ariana”.
Porque é que as pessoas não têm a mesma força ai unirem-se pelo acesso à educação, à saúde e à luta contra a injustiça como têm ao defenderem este movimento.
Ainda mais grave se torna o caso, quando vemos a assistir partidos da extrema-direita a ganhar imponência nos seus países. Na europa vemos crescer a “Frente Nacional” em França liderado por Jean Marie Le Pen. Na Dinamarca temos o partido do povo dinamarquês que defende que  a Dinamarca não é um país onde a imigração é natural ou bem-vinda. Também temos o exemplo do líder do “partido da liberdade” na Holanda, Geert Wilders, que mencionou o seguinte:  “Eu não odeio os muçulmanos, eu odeio o Islão". Sem falar da campanha vergonhosa de Donald Trump que conta com milhares de apoiantes.
Este vai ser um problema muito sério no futuro com o crescimento destes partidos e com a alimentação do ódio aos refugiados e aos imigrantes. Espero que no futuro não se dê jus ao ditado “não há duas sem três” e que acabem por fim com esta “lavagem cerebral”.

Referências:



terça-feira, 17 de maio de 2016

Olhar do Tiago sobre os refugiados


Boa noite, hoje irei fazer uma reflexão pessoal sobre os refugiados. Associando sempre o tema à psicologia e não especificando um determinado grupo de refugiados em particular. Hoje em dia, ouvimos falar dos refugiados que vêm do médio oriente, mas este texto pretende também abordar outros casos, como os refugiados das duas grandes guerras mundiais e mesmo até os retornados portugueses que foram expulsos das antigas colónias.

Refugiado é qualquer pessoa que em razão de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo, ou devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outros países.

"refugiados do médio-oriente"

Um refugiado pode ser qualquer pessoa de qualquer estatuto social.
Temos os exemplos de várias figuras públicas importantes que foram refugiados, dos quais destaco:
Sigmund Freud  -  o “pai da psicanálise”, com origens judaicas, precisou de abandonar a Áustria na época do governo de Hitler. Foi tirada a sua nacionalidade, tornando-se uma pessoa apátrida, e por isso foi com a sua família viver para Londres. Freud perdeu quatro das suas cinco irmãs em campos de concentração
Albert Einstein – por ser judeu, também foi perseguido pelo regime de Hitler e acusado de traição aos alemães. Fugindo dos nazis, viveu na Bélgica, Grã-Bretanha e finalmente nos Estados Unidos.
Aung San Suu Kyi – vencedora do prémio Nobel da Paz em 1991, foi obrigada a exilar-se na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos por ser filha do general Aung San, deposto em uma das dezenas de golpes militares em Mianmar. Só pode retornar ao seu país em 2010.
Dalai Lama - O líder espiritual do Tibete tem vivido longe da sua terra natal desde 1959. Dalai Lama teve de fugir do Tibete quando o exército chinês iniciou a sua brutal revolta nacionalista e refugiou-se na cidade indiana Dharamsala. Aí tem permanecido desde então e considera-la, agora, o seu lar.

"da esquerda para a direita: Freud , Einstein, Aung San S. K. e Dalai Lama"

O facto de perder a sua própria pátria é extremamente angustiante. A sua cultura e os seus costumes ficam por conta de crises políticas no país de origem. É uma condição que se caracteriza como uma experiência altamente aflitiva não ter para onde ir, não saber ao certo o que vai acontecer, não satisfazer as condições básicas de sobrevivência.
Para um adulto, que apresenta “estrutura psicológica organizada e estruturada”, a guerra, a fragmentação abrupta dos laços familiares e o desamparo são em si uma situação extremamente traumática, que deixa marcas devastadoras. Em uma criança que está em processo de desenvolvimento e estruturação afetivo-emocional e psíquica, isto é muito mais grave.
As repercussões psicológicas oriundas da guerra e do desamparo, são imensas, o potencial desenvolvimento de distúrbios psicossomáticos e psiquiátricos como o stresse pós- traumático, a síndrome do pânico, a depressão pós-traumática e distúrbios do sono, acompanhados de pesadelos constantes. As crianças ainda não possuem capacidades e competências para vivenciar um trauma, se configurando, portanto, em uma experiência altamente devastam-te.
Não poderia de deixar de mencionar o caso do “retornados”, que foram cerca de 600 mil os portugueses que regressaram a Portugal, após a revolução de 1974, na sequência do processo de descolonização. Ficaram conhecidos como os retornados, mas muitos haviam nascido fora do país e não tinham para onde "regressar". Enfrentaram sérias dificuldades após a chegada, tendo dificuldade em encontrar trabalho, sujeitando-se também a diversos tipos de discriminação. Grande parte dos retornados acabaram por perder todos os bens que tinham nas colónias. Quase quatro décadas depois, muitas centenas de milhares de portugueses continuam a carregar esse sentimento de amputação, essa saída forçada de uma terra que consideravam sua.  Por fim, aconselho a assistir á série portuguesa da RTP1 “Depois do Adeus”, que na minha opinião, foi uma produção muito bem conseguida, por conseguir retratar a época dos retornados.´

" chegada a Lisboa dos retornados "





Referências: